10ª Residência Artística | vídeo

Nosso programa de Residência Artística chega ao fim de sua 10ª edição. De fevereiro a junho, os artistas Cezar Sperinde, Ícaro Lira, Lot Amorós, Pedro Cappeletti, Sara Não tem Nome e Vanessa de Michelis ocuparam os ateliês do Red Bull Station e desenvolveram suas pesquisas individuais, trocaram experiências entre si e tiveram o apoio curatorial de Fernando Velázquez. Studio visits, encontros com curadores, palestras, workshops e atividades como o Ateliê Aberto e a exposição na Galeria Transitória acompanharam o período de residência.

A exposição coletiva que encerra o projeto segue até 13 de junho de 2015, com visitação gratuita. Partes do processo também foram compartilhados pelos artistas no Blog da Residência.

A 10ª turma foi selecionada por meio de edital pelo curador Fernando Velazquez, pela curadora e artista Giselle Beiguelman e pela arte educadora e artista Sandra Cinto. Entre os critérios adotados pelo júri estão a capacidade do grupo de relacionamento com a arquitetura do prédio, com o entorno e, sobretudo, com a possibilidade de articular processos criativos colaborativos.

 

 

Curador e artistas falam sobre a Adrenalina

A mostra Adrenalina tem a proposta de trazer um recorte do audiovisual nos dias de hoje. Nela são exibidas obras de 16 artistas de diferentes nacionalidades que utilizam novas tecnologias em sua produção e exploram os recursos narrativos e de linguagem do chamado tempo real, estratégia alternativa a edição convencional.

Segundo o curador Fernando Velázquez, emprestar o nome desta substância no título da exposição é um modo de sugerir que ainda podemos ser desafiados e surpreendidos pelas imagens, já que hoje vivemos anestesiados por elas.

Confira abaixo o vídeo sobre a Adrenalina, com falas de Velázquez e de dois artistas, Henrique Roscoe [VJ 1mpar] e Lucas Bambozzi.

A mostra fica em cartaz até 5 de maio de 2015, com entrada gratuita.
De terça a sexta-feira, das 11h às 20h. Sábados, das 11h às 19h.

Donato Sansone

Formado na Academia de Belas Artes de Nápoles, também estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia de Turim onde se especializou na combinação de técnicas tradicionais e experimentais de animação. Seus trabalhos foram selecionados em festivais de cinema de animação como Annecy, Anima Mundi Brasil, Hiroshima, entre outros, e compartilhados em sites especializados como stashmedia.tv, creativeapplications.net, motiongraphics.nu, wired.com, Vimeo dentre outros. O seu video “videogioco” foi selecionado pela Cinemateca de Quebec como um dos 50 curtas que mudaram a história da animação.

Portrait, obra que integra a exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI, é uma obra que poderia ser definida como uma pintura animada, uma expressão que combina a prática da pintura, do vídeo e dos efeitos especiais. “Portrait” é uma visão fantástica e surreal de retratos humanos, que vem de uma representação mental do universo interior do artista, permeado por figuras grotescas e lúdicas visões da realidade.

 

Donato Samsone | Portrait, 2014 (still frame)
Donato Samsone | Portrait, 2014 (still frame)

Portrait
video, 2’51”
2014

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Susi Sie

Susi Sie (1982) é uma artista que vive em Berlim, cujo trabalho se move entre os campos da arte e da ciência. No seu trabalho explora a natureza física e matemática das formas, substâncias e materiais, na busca da sua essência, beleza e magia.

Ela está presente na exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI com as obras Cynmatics, de 2014 e  Silk, de 2013. São ensaios sobre a percepção nos quais a artista busca fazer visíveis as propriedades invisíveis da matéria. Ambos foram realizados estritamente com recursos analógicos.

Susi Sie |Cynmatics, 2014 (still frame)
Susi Sie |Cynmatics, 2014 (still frame)
Susi Sie | Silk, 2013 (still frame)
Susi Sie | Silk, 2013 (still frame)

Cymatics
Vídeo, 1’19”
2014

Silk
Video, 1’28”
2013

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Semiconductor

Semiconductor é um duo do Reino Unido formado por Ruth Jarman e Joe Gerhardt. Em suas obras, exploram a natureza material do mundo pelas lentes da ciência e da tecnologia, questionando como eles mediam nossas experiências. Entre suas exposições e exibições se destacam Let There Be Light, House of Electronic Arts, Basel; Worlds in the Making, FACT, Liverpool; Da Vinci: Shaping the Future, ArtScience Museum, Singapura; Field Conditions, San Francisco Museum of Modern Art; Earth; Art of a Changing World, Royal Academy of Arts, Londres; International Film Festival Rotterdam; New York Film Festival; Sundance Film Festival and European Media Art Festival.

Eles participam da exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI com o trabalho Magnetic Movie, de 2007.

Nesta ação que acontece nos laboratórios de ciências espaciais da NASA, em Berkeley, a vida secreta dos campos magnéticos são reveladas como geometrias caóticas e em constante mudança ao mesmo tempo em que se ouvem cientistas falando sobre as suas descobertas. O vídeo nos deixa em dúvida, estaríamos observando uma série de experimentos científicos, o fluxo do universo, ou um documentário de ficção?

Semiconductor | Magnetic Movie, 2007 (still frame)
Semiconductor | Magnetic Movie, 2007 (still frame)

Magnetic Movie
Video 4’47”
2007

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Rick Silva

Rick Silva explora no seu trabalho noções de paisagem e vida selvagem no século 21. A sua obra já foi apresentada em exposições e festivais como Transmediale, Futuresonic, e Sonar. Colabora frequentemente com os espaços experimentais TRANSFER Gallery de Nova York, e Ditch Projects em Springfield, Orgon.

The Silva Field Guide to Birds of a Parallel Future, em exibição na Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI, combina ficção científica e teorias de universos paralelos com observação de pássaros e ornitologia.

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The Silva Field Guide to Birds of a Parallel Future
18 Video em sequência, 11’38”
2014

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Richard Garet

Richard Garet é Mestre pelo Bard College, NY, EUA. Trabalha na intersecção de diferentes mídias, imagens em movimento, som, fotografia expandida e performance multimídia. Sua produção inclui desde ambientes modificados a instalações site specific com as quais promove situações imersivas que ativam a percepção de fenômenos físicos e psicológicos que refletem sobre a natureza do tempo. Pesquisa também o entorno dos sistemas complexos e as traduções algorítmicas, explorando o ruído estabelecido não só pelas mídias de cultura de massa assim como também da sua percepção do cotidiano.

Ele apresenta na exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI a obra  The four horsemen, de 2011. 

O trabalho consiste em celulóides de 16mm manipulados e transferidos ao formato digital. Cada um dos vídeos tem como legenda o texto bíblico dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse,  encontrado no capítulo 6 do Livro do Apocalipse, que os anuncia como os mensageiros do final dos tempos. O trabalho discorre sobre a percepção de que vivemos um processo de decadência e destruição, onde o até então infinito estaria chegando ao fim.

Richard Garet | The Four Horsemen, 2013 (still frame)
Richard Garet | The Four Horsemen, 2013 (still frame)

The Four Horsemen
4 canais de vídeo em formato vertical (sem som)
Duração indeterminada
2013

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Ricardo Carioba

Ricardo Carioba  é artista plástico, vive e trabalha em São Paulo. Carioba produz instalações com uso da arquitetura, explorando as linguagens de vídeo, som e sistemas de iluminação. Também realiza fotografias e desenhos gráficos. Em seus trabalhos, explora elementos mínimos da linguagem visual e sonora, para muitas vezes perturbar os hábitos de nossa sensibilidade. Muitos de seus trabalhos foram desenvolvidos a partir de leis ou conceitos da física, e da utilização de luz para revelar algumas características do espaço – presentes, mas normalmente invisíveis. Explora de formas diferentes os intervalos, o vazio que define o espaço. Perturba os hábitos linguísticos e sensíveis, a fim de quebrar seus condicionamentos e tornar possível o nascimento de diferentes formas de pensar e de sentir.

O artista está presente na exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI com instalação audiovisual Abra, de 2009. 

Ricardo Carioba | Abra, 2009 (still frame)
Ricardo Carioba | abra, 2009 (still frame)

abra,
instalação de áudio estéreo e vídeo em quatro canais
57’ em loop, 150 x 800 cm
2009

Matheus Leston

Matheus Leston é músico, artista e produtor musical. Em 2013 criou e produziu a Orquestra Vermelha, projeto multimídia premiado pelo Programa Rumos. Desenvolve também a apresentação Ré e produz música eletrônica sob o nome Lateral. É membro da Patife Band, de Paulo Barnabé, e trabalhou em diversas instituições de arte, como o Instituto Tomie Ohtake e Fundação Bienal de São Paulo. Participou da exposição Caos e Efeito, do projeto Ao Redor de 4’33” da 7ª Bienal do Mercosul, da 4ª Jornada de Cinema Silencioso e do Sistemas Ecos 2014 como artista e tutor. Além de trabalhar com edição de som, sonorização para publicidade e consultoria em projetos multimídia, compôs a trilha sonora da série Contos do Edgar e dos filmes Preto ou Branco!, A Redação, Obra Prima, Mais uma Noite, entre outros.

Mono surge do cruzamento de ideias aparentemente antagônicas: acaso e escolha, aleatoriedade e composição, processos estocásticos e escolhas formais. O som foi gerado através de um algoritmo de síntese FM e as imagens são a transposição direta desse sinal para coordenadas tridimensionais. Os áudios foram selecionados por suas características sonoras e pelos desenhos que formavam, editados e mixados, e o vídeo resultante foi tratado. Ouve-se uma única linha, com poucas sobreposições, enquanto na imagem se vê predominantemente dois pontos de vista simultâneos do mesmo objeto tridimensiona

Esse trabalho integra a exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI. Confira alguns stills da obra:

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Mateus Leston | Mono, 2015 (still frames)
Mateus Leston | Mono, 2015 (still frames)

Mono
vídeo, 5′
2015

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Chris Coleman

Chris Coleman nasceu na Virgínia Ocidental, nos EUA, e recebeu seu título de mestre (MFA) da SUNY Buffalo, em Nova York. O seu trabalho inclui esculturas, vídeos, programação criativa e instalações interativas. Coleman já apresentou seu trabalho em exposições e festivais em mais de 20 países, como Brasil, Argentina, Singapura, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Itália, Alemanha, França, China, Reino Unido, Letônia e por toda a América do Norte. Seu projeto de software de código aberto, Maxuino, desenvolvido em parceria com Ali Momeni, teve mais de 50 mil downloads de usuários em mais de 120 países, e é utilizado no mundo todo em aulas de Computação Física. Ele vive atualmente em Denver, no Colorado. É Diretor de práticas digitais emergentes e leciona na Universidade de Denver, nos EUA.

Sua obra Metro Re/De-constrution, de 2014, está em exibição na exposição Adrenalina – a imagem em movimento no século XXI.

METRO é uma viagem que começa de fora para dentro. É a documentação de um espaço físico, capturado com precisão milimétrica nas suas coordenadas, cores e texturas. Vários trajetos foram realizados para aprimorar esta reconstrução digital afim de recriar uma experiência abstrata relacionada a experiência de se utilizar o transporte público. Com um scanner 3D portátil e um laptop, o artista se transladou cotidianamente no Denver Light Rail (sistema de trem urbano). O trem foi escaneado andando pelo vagão de uma ponta à outra enquanto estava em movimento, e as estações foram capturadas em passeios curtos entre as paradas. A fragmentação e as lacunas nos dados são definidas pelos trancos, pela velocidade e pelas curvas dos trajetos, que afetavam o equilíbrio do artista enquanto capturava a os dados. Apesar das células do trabalho serem stills, elas são documentos de tempo, perspectivas e percepções específicas. Assim sendo, duas situações de captura nunca serão iguais: cada uma representa a documentação daquele corpo único, naquele trajeto específico. Com design de som de George Cicci a obra comissionada pelo DENVER DIGERATI para o DENVER THEATRE DISTRICT em 2013.

Chris Coleman - METRO, 2013  (still frame)

Chris Coleman – METRO, 2013 (still frame)

METRO Re/De-construction
video, 6’41” loop
2013

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