De 1981 a 2015, um passeio pelo design de Kiko Farkas em 10 imagens

Criador do Máquina Estúdio, responsável por projetos gráficos com os quais provavelmente você já teve contato — seja por meio de capas da Companhia das Letras, de cartazes para a Osesp ou eventos como o Jazz na Fábrica –, o designer e ilustrador Kiko Farkas fala nesta terça (24) sobre sua trajetória e sobre processos criativos.

Para repassar um pouco do seu trabalho, que começou na década de 1980, pedimos a ele que escolhesse dez imagens, de diferentes épocas, que ele considera representativas e pelas quais tem um carinho especial, comentando brevemente sobre cada uma. Eis o resultado:

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Cartaz Celebrer la Terre (2015) / La Fête du Graphisme (Paris, FRA) “Os bichos sofrem o que nós, humanidade, estamos fazendo. Então eles perguntam: por que celebrar a terra que está se tornando inabitável?”

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Capa Amós Oz (2015) / Companhia das Letras – “Como curar um fanático? Com um band-aid. Textos sobre a complicada relação entre palestinos e israelenses. Ambos fanáticos.”

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Capa Vila-Matas (2004) / Cosac Naify – “O livro fala sobre o incômodo provocado por alguma coisa que já não me lembro.”

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2013 Cartazes Understanding English / ELC (saiba mais): “O inglês é atualmente a língua do entendimento. A única possibilidade das pessoas se entenderem. Então ensinar inglês é promover o entendimento. E o entendimento é muito bom!”

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Cartaz Hermeto Campeão (1981) – “O filme celebra a magia do grande músico que transpira musicalidade.”

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Cartaz Aída (2013) / Teatro Municipal – “Aída é uma princesa egípcia que se apaixona pelo inimigo e se vê encurralada pelo dever do estado. Uma prisão para ela que não pode desfrutar do seu amor.”

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Marca Brasil (2005/2010) / Identidade visual para o setor de turismo brasileiro (saiba mais) – “O Brasil é um país sinuoso e colorido, uma terra onde todas as culturas se misturaram e deixaram suas marcas que foram se sobrepondo. Esse conjunto é que forma a cultura brasileira.”

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Livro dos 10 anos da galeria Melissa (2015) – “Ao receber as fotos da galeria (fachada da loja) percebemos que poderia ser reduzida a um sinal gráfico: uma forma que incorporava a perspectiva, uma janela e uma porta. Esse foi o partido para o livro.”

kiko-videobrasil

Cartaz Videobrasil (1986) – “O preto-véio incorporou uma imagem do Man Ray. O real e a imagem do real. Festival de imagem digital/video.”

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Cartaz Osesp (2006): “A audiência do futebol no estádio do Pacaembu, provavelmente um jogo do Corinthians. Todos tão elegantes que poderiam estar num concerto na Sala São Paulo.”

Palestra na íntegra: 30 Anos de Rap, com KL Jay

Como parte do Pulsø 2016, o DJ e produtor KL Jay bateu um papo com o público sobre seus 30 anos de carreira.

Da infância na zona norte de São Paulo ouvindo os discos de samba da família até a formação do Racionais MCs — passando pela primeira vez que se impressionou com um DJ, integrante da clássica equipe de som Zimbabwe, e pela influência de Eazy Lee (DJ do Kool Moe Dee, que viu ao vivo em 1987) nos scratches –, Kléber Simões relembrou sua trajetória. A noite teve ainda exibição de um minidoc e show do pioneiro grupo de rap Região Abissal, com quem KL Jay tem muita história em comum.

Kléber falou também da perseguição e do racismo sofridos pelo Racionais, da importância dos encontros na estação São Bento e contou um pouquinho das histórias de bastidores de músicas como “Fim de Semana no Parque”, “Homem na Estrada” e “Diário de um Detento”.

Em relação a novas produções, ele adiantou que seu segundo álbum solo está em fase final. “Estou masterizando o ‘Na Batida Vol. 2’, faltam três músicas e o nome do disco é ‘No Quarto Sozinho'”.

Sobre seu frescor e empolgação com o novo, KL Jay deu a dica: “o segredo pra não viver de passado é ser antigo e moderno, olhar o mundo e se identificar com ele. O rap dos anos 90 é sensacional, mas tem muito rap bom hoje”.

KL Jay durante o Pulsø 2016 | Foto: Felipe Gabriel
KL Jay durante conversa no Pulsø 2016 | Foto: Felipe Gabriel

Programação paralela Exposição Adrenalina

PROGRAMAÇÃO PARALELA 

_Oficina de construção de controladores DIY com Henrique Roscoe

Data: 18 e 19 de março | 19:00 às 22:00
Local: Red Bull Station
Inscrições pelo site
Sujeito a lotação. Entrada gratuita

Ensinar aos artistas como desenvolver interfaces DIY para controlar programas de edição em tempo real. Mostrar as possibilidades do Arduino no desenvolvimento de projetos. Como fazer um controlador que atenda às necessidades específicas de cada artista. Software usados para converter os dados de entrada e softwares que podem ser controlados por estas interfaces. Uso de sensores como variáveis para alterar parâmetros nos programas.

O workshop tem como objetivo ensinar como construir instrumentos e controladores midi utilizando interfaces customizadas. Estas interfaces utilizam sensores, botões, faders, etc, que são ligados ao computador por meio de uma placa que converte o sinal em midi e pode controlar qualquer programa que aceite parâmetros midi. Estes controladores têm baixo custo e a vantagem de serem construídos para necessidades específicas dos artistas.

Serão exibidos alguns instrumentos e controladores, os programas que fazem a interface analógica / digital e, a partir de ideias dos alunos serão construídos cinco controladores simples. 

_Performance audiovisual Synap.sys – Henrique Roscoe

Data: 20 de março | 19:30 às 20h
Aberto ao público| Sujeito a lotação | Entrada gratuita

Lembranças do passado ou do futuro, coletivas ou pessoais, instintos ou conhecimentos adquiridos com o tempo. Estes são os temas tratados nesta performance audiovisual executada ao vivo através de uma interface criada pelo artista. Este instrumento simboliza as ligações que acontecem no cérebro humano: as sinapses, que fazem as ligações entre neurônios a fim de permitir a codificação de informações adquiridas pelos nossos sentidos, a gravação destas ao longo do tempo além de servir de fonte para nossas lembranças. A performance trata das sensações e sentimentos que de alguma forma passam pela memória, através de abstrações, imagens e sons que fazem parte do processo de formação destas lembranças, que durante a vida moldam nossa personalidade e afetividade.

Henrique Roscoe é artista digital, músico e curador. É graduado em Comunicação social pela UFMG e Engenharia Eletrônica pela PUC/MG, com especialização em Design pela FUMEC. Com o projeto audiovisual conceitual e generativo HOL se apresentou nos principais festivais de imagens ao vivo no Brasil como Sónar, FILE, ON_OFF, Live Cinema, Multiplicidade, FAD e também no exterior, na Inglaterra (NIME, Encounters), Alemanha (Rencontres Internationales), Polônia (WRO), EUA (Gameplay), Grécia (AVAF), Itália (LPM e roBOt), e Bolívia (Dialectos Digitales). Desenvolve instalações interativas e cria instrumentos e interfaces interativas usando sensores e objetos do cotidiano, gerando construções inusitadas.

_Oficina “Introdução ao Open Frameworks” – inscrição site, vagas limitadas

Data: 28, 29 e 30 de abril |19:00 às 22:00
Inscrições pelo site
Sujeito a lotação | Entrada gratuita

O workshop tem como objetivo introduzir os participantes ao desenvolvimento de programas baseados em OpenFrameworks, com enfoque em gráficos bidimensionais e manipulação de imagens e vídeo.

Público alvo: Interessados em tecnologia criativa e arte generativa; profissionais e estudantes das áreas de artes visuais, design gráfico, design digital e outros;

Pré requisitos: Noções de programação em ferramentas como Processing, JavaScript, ActionScript e similares.

Material do aluno: Trazer o seu próprio notebook com os seguintes softwares instalados: no caso de Mac: Xcode / no caso de Windows: Code::Blocks – de acordo com as instruções disponíveis no site do Open Frameworks: https://www.openframeworks.cc/

Andrei Thomaz é artista visual e professor no Istituto Europeo di Design em São Paulo. Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP e formado em Artes Plásticas pela UFRGS. Sua produção artística abrange diversas mídias, digitais e analógicas, envolvendo também várias colaborações com outros artistas, entre as quais encontram-se performances sonoras e instalações interativas.

_Mesa redonda sobre a exposição Adrenalina com Guilherme Kujawski e Roberto Cruz

Data: 24/03 | 20:00 – 22:00
Aberto ao público| Sujeito a lotação | Entrada gratuita

Guilherme Kujawski é produtor de conteúdo, curador e escritor. Depois de defender sua tese de mestrado em artes visuais na Donau-Universität, na Áustria, começou seus estudos de doutorado no Instituto de Arquitetura e Urbanismo na USP de São Carlos. Ele é o autor de numerosos artigos sobre novas mídias e foi editor de CIBERCULTURA, revista de arte e ciência patrocinada pelo Instituto Itaú Cultural. Lá, ele também coordenou uma série de simpósios e exposições, tendo realizado a co-curadoria de quatro edições do Emoção Art.ficial, a bienal internacional de arte e tecnologia. Ele também é escritor de ficção científica, tendo publicado em 1994 o seu primeiro livro, Piritas Siderais, um romance cyberbarroco. Atualmente, leciona design crítico no Instituto Europeo di Design, em São Paulo, e trabalha como editor de mídias digitais na Select, revista bimestral especializada em arte contemporânea.

Roberto Moreira S. Cruz é curador independente e produtor cultural. Está vinculado especialmente às áreas de vídeo e filmes de artista, interessado em cinema expandido e artistas brasileiros que trabalhem nessas áreas. Realizou a curadoria de importantes exposições de vídeo, cinema e live image, trabalhando principalmente em colaboração com o Itáu Cultural, onde atualmente realiza consultoria para a aquisição e constituição da coleção de filmes e vídeos de artistas para a instituição. Também idealizou e coordena a Duplo Galeria.

_Performance “Espécie” 

Direção e concepção: Valéria Braga e Rodrigo Cunha
Performer: Rodrigo Cunha
Data: 15, 16 e 17 de abril -|20hs
Aberto ao público| Sujeito a lotação | Entrada gratuita

“Espécie” é uma performance na qual Rodrigo Cunha explora estados de consciência alterada através da transformação e metamorfose contínua do seu corpo. O processo se dá numa sala completamente escura e desenvolve um roteiro que evolui de forma surpreendente, aguçando e desafiando nossos sentidos e convocando nossos medos e fobias. A imersão promovida pela ausência de luz e som, junto à intensidade energética de Rodrigo, que perde mais de 3 kilos durante o processo, promovem um estado de consciência corporal no próprio espectador, que ao cabo de alguns minutos começa a perceber o entorno nos seus mínimos detalhes, tencionando a relação entre indivíduo, coletivo e ambiente. “Espécie” é uma performance altamente imersiva que paradoxalmente na era dos dispositivos altamente tecnológicos, se utiliza de um simples artefato analógico fora o corpo do performer, mas essa é uma das surpresas.

SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO