O Red Bull Studios é um projeto internacional presente em 12 cidades do mundo. Em São Paulo, o Red Bull Studios se coloca como um espaço de experimentação e produção musical para artistas. Com altíssimo padrão técnico, o estúdio é reservado para talentos excepcionais de estilos diversos, independente de sua abrangência ou tempo de carreira.
No coração de São Paulo, entre as avenidas 9 de Julho e 23 de Maio, encontra-se um espaço que inspira, conecta e transforma pessoas, abastecendo a cidade com energia criativa. Este é o Red Bull Station: cinco andares onde se misturam diferentes expressões, com foco em projetos que envolvem música, arte multimídia e "urban thinking".
Neste encontro, recebemos o artista e curador Lucas Bambozzi, o artista multimídia e ativista cultural Rui Amaral e o ator, artista slammer e idealizador do Sófálá, torneio de poesia falada do Red Bull Station, Emerson Alcalde para discutir as dinâmicas e tensões na relação entre arte e cidade. A palestra aconteceu dia 22 de abril e pode ser assistida na íntegra abaixo:
A mostra Adrenalina tema proposta de trazer um recorte do audiovisual nos dias de hoje. Nela são exibidas obras de 16 artistas de diferentes nacionalidades que utilizam novas tecnologias em sua produção e exploram os recursos narrativos e de linguagem do chamado tempo real, estratégia alternativa a edição convencional.
Segundo o curador Fernando Velázquez, emprestar o nome desta substância no título da exposição é um modo de sugerir que ainda podemos ser desafiados e surpreendidos pelas imagens, já que hoje vivemos anestesiados por elas.
Lucas Bambozzi artista e pesquisador em novas mídias produz trabalhos em vídeo, instalações e meios interativos. Seus trabalhos já foram exibidos em mais de 40 países, em organizações como o Moma (EUA), ZKM, Frankfurter Kunstverein (Alemanha), Arco Expanded Box (Espanha), ŠKUC gallery (Eslovenia), Museum of Modern and Contemporary Art (Rijeka, Croácia), WRO Media Art Biennale (Polônia), Centro Georges Pompidou (França), Bienal de La Habana (Cuba), ISEA Ruhr (Alemanha), ZERO1 Biennial (EUA), Ars Eletrônica (Áustria – com menção honrosa em 2010 e 2013), Bienal de Artes Mediales (Chile), Bienal da Imagem em Movimento (Argentina), 25ª Bienal de São Paulo dentre outras. Participou de festivais como o Videobrasil, É Tudo Verdade, FILE, Festival do Rio BR, Sundance e Slamdance (EUA), Impakt (Holanda), FID Marseille, Share (Itália), XX Videoformes (França), Emoção Art.Ficial, On_OFF e vários outros. Foi um dos criadores do Festival arte.mov (2006-2012), do Projeto Multitude (2014) e do Labmovel (2012-2015). É professor na FAAP, em São Paulo.
TVs que pulsam uma imagem “entranhada”, efeito colateral de sua condição eletrônica pré-digital. Retrato de precariedades e da obsolescência voraz nas tecnologias de imagens, emitem um “último suspiro” de raio catódico. Há algo de incômodo nesse refluxo, talvez por sermos testemunhas de uma arqueologia que opera em nosso presente. O lixo eletrônico causa fascínio e espanto. Há algo de aterrorizante em especular sobre o acúmulo de produtos industrializados que passam, em poucos anos, a não ter valor algum. Especula-se sobre o consumo, sobre o fluxo dos produtos, sobre o fim das coisas. Para onde vão as coisas que não queremos mais? O conjunto de TVs parece conflitante no espaço expositivo, mas ao mesmo tempo parece estar em estranha harmonia com o ambiente – algumas TVs parecem não funcionar há anos. Então, em algum momento, percebemos que algo ainda acontece nesse arsenal sucateado, enxerga-se um faiscar elétrico, as telas emitem lampejos, ouve-se uma pequena descarga, um possível curto-circuito.
Lucas Bambozzi | Curto Circuito [Último Suspiro], 2014
Curto Circuito [Último Suspiro], 2014 Instalação, TVs de tubo e vídeos dessincronizados
2014