Curador e artistas falam sobre a Adrenalina

A mostra Adrenalina tem a proposta de trazer um recorte do audiovisual nos dias de hoje. Nela são exibidas obras de 16 artistas de diferentes nacionalidades que utilizam novas tecnologias em sua produção e exploram os recursos narrativos e de linguagem do chamado tempo real, estratégia alternativa a edição convencional.

Segundo o curador Fernando Velázquez, emprestar o nome desta substância no título da exposição é um modo de sugerir que ainda podemos ser desafiados e surpreendidos pelas imagens, já que hoje vivemos anestesiados por elas.

Confira abaixo o vídeo sobre a Adrenalina, com falas de Velázquez e de dois artistas, Henrique Roscoe [VJ 1mpar] e Lucas Bambozzi.

A mostra fica em cartaz até 5 de maio de 2015, com entrada gratuita.
De terça a sexta-feira, das 11h às 20h. Sábados, das 11h às 19h.

10ª Residência Artística: Galeria Transitória

Os seis artistas selecionados para a 10ª Residência Artística do Red Bull Station inauguraram na quinta-feira (12.02) a primeira mostra como integrantes do programa.

Sob curadoria de Fernando Velázquez, Cezar Sperinde, Ícaro Lira, Lot Amorós, Pedro Cappeletti, Sara Não Tem Nome e Vanessa de Michelis expõem na galeria transitória trabalhos recentes e em processo. Esse espaço expositivo e de convivência funciona como um local de experimentações, onde eles podem exibir obras em desenvolvimento, acompanhar as pesquisas dos demais artistas e observar como as produções conversam entre si e com o ambiente.

O vídeo abaixo ilustra o processo de montagem e o evento de abertura da exposição, que contou com um pocket show de Sara Não Tem Nome, acompanhada por Wallace Costa, e com duas sessões da peça/performance sonora “A Tensão”, de Vanessa de Michelis.

A coletiva acontece no segundo andar do prédio e tem visitação gratuita. Devido ao caráter efêmero e “transitório” da Galeria não há previsão de término e a exposição deve ganhar novas formas longo da residência. Confira fotos

rb_trasitoria_e_leituradeport20150212_0005

 

Vanessa de Michelis A Tensão, 2014 performance / peça sonora para 6 rádios e  6 fontes de energia em 2 movimentos duração 15”
Vanessa de Michelis | A Tensão, 2014| performance / peça sonora para 6 rádios e6 fontes de energia em 2 movimentos | duração 15”

 

rb_trabalhos_10residencia025
Sara Não Tem Nome | Pocket show com Wallace Costa

rb_trabalhos_10residencia004

rb_trabalhos_10residencia003
Cezar Sperinde | eretz brazilia, היליזרב ץרא, 2015 (em processo) | mixed media | dimensões variáveis

 

rb_trabalhos_10residencia007
Ícaro Lira | Desterro, 2014 | objeto, álbum e tecido | dimensões variáveis

 

rb_trabalhos_10residencia010
Ícaro Lira | Censo, 2015 (em processo) | instalação, papel e prego | dimensões variáveis

 

rb_trabalhos_10residencia019
Lot Amorós | Muro do ar, 2014 | escultura, 57 motores sem escovas, 57 hélices | 1 x 1,7m

 

rb_trabalhos_10residencia016
Pedro Cappeletti | Sem Título / Experimentação, 2015 | instalação, espuma de poliuretano, corda, concreto e ferro | 4 x 7 x 1,3m

Conheça os novos artistas residentes

Nesta semana seis novos artistas ocuparam os ateliês do Red Bull Station e demos início a 10a edição do programa de Residência Artística, com curadoria de Fernando Velázquez.

Cezar Sperinde (RS), Ícaro Lira (CE), Lot Amorós (Barcelona/Espanha), Pedro Cappeletti (SP), Sara Não Tem Nome (MG) e Vanessa de Michelis (MG) foram selecionados por um júri formado pela curadora e artista Giselle Beiguelman, a arte educadora e artista, Sandra Cinto e o curador.

Conheça um pouco do trajeto e obra de cada futuro residente:

Cezar é de Porto Alegre, vive e trabalha entre o Rio de Janeiro, Tel Aviv e Londres. Talvez por causa de sua vida errante, o seu trabalho aponta para a busca das raízes que lhe permitam compreender seu passado e presente. A sua produção demonstra ironia, humor e absurdo, elementos que articula com precisão e dosagem na desconstrução dos estereótipos que cada cultura a que ele pertence, mesmo que transitoriamente, carrega.

O foco de pesquisa de Ícaro (foto) são os processos através dos quais eventos sociais contemporâneos ou históricos, tão diversos como a Guerra de Canudos ou a desocupação do Pinheirinho em São Paulo, atravessam as diferentes camadas do imaginário coletivo, gerando ou apagando registros na memória social e convocando-nos a nos pensarmos como indivíduos e como coletivo. Com uma metodologia de trabalho próxima da etnografia, da antropologia e da antropologia visual, dentre outras áreas das humanidades, seus trabalhos são principalmente instalações onde se apresenta em forma de arquivo o fruto das suas pesquisas e vivências.

Lot é o primeiro artista internacional que nos visita. É engenheiro da computação e artista multidisciplinar. O seu trabalho está diretamente relacionado com as novas tecnologias e em como estas podem se tornar ferramentas inovadoras na compreensão de conflitos sociais, como as guerras no Oriente médio e os fluxos migratórios, ou ainda de contextos críticos que envolvam comunidades excluídas. Em suas ações “artivistas” tem desenvolvido tecnologia em drones, como no projeto “Dronecoria”, no qual um deles dissemina sementes na floresta.

O corpo de trabalho de Pedro é formado por esculturas, desenhos, instalações e caminhadas. O seu trabalho é de alto rigor formal e às vezes parece estar resolvendo enigmas, equivalências, translações e traduções. Na sua obra o conceitual, o figurativo, o material e o invisível se retroalimentam de forma a trazer à tona o universo das estruturas que permeiam o cotidiano e seus fenômenos.

Sara Não Tem Nome olha o mundo com um filtro particular: parece navegar a realidade em busca daqueles intervalos de inconsistência lógica que nos passam desapercebidos no dia a dia – ou aos que deliberadamente damos credibilidade temporária, para lidar com o mundo de forma mais amena. Sara explora seus insightsconstruindo narrativas desde a fotografia, o vídeo, o livro de artista, a performance e a canção.

A obra de Vanessa de Michelis envolve performances sonoras e audiovisuais, instalações interativas e um conjunto de práticas híbridas e horizontais, onde a docência e a cultura DIY (Do it yourself, ou faça você mesmo) têm papel preponderante. Ela tem sido voz ativa no fomento e manutenção de espaços de convívio e intercâmbio de conhecimento (medialabs). Em muitas de suas obras acontece um fenômeno incomum, em que a audição vira a interface com o mundo, deixando a visão em segundo plano; e um sem-fim de texturas e nuances, até então pouco percebidas, passam ao primeiro plano.