Arte

Rodrigo Sassi exibe obra com referências arquitetônicas e urbanas

18ago

por Red Bull Station

De 15 de agosto a 17 de outubro o artista paulistano Rodrigo Sassi ocupa a galeria principal do Red Bull Station com uma escultura de grandes proporções criada com materiais descartados de construção civil. A instalação, intitulada Tudo aquilo que eu lhe disse antes mas nem eu sabia, traz referências arquitetônicas e do cenário urbano que caracterizam a produção do artista.

Neste site-specific, obra pensada e desenvolvida para o local, Sassi cria sua própria arquitetura e atribui um novo significado aos materiais de descarte. “Eu me aproprio de elementos usados para construir a cidade e construo algo novo, dando algo como uma sobrevida a esse material que já vem cheio de significados e marcas”, explica.

Foto: Hick Duarte / Red Bull Content Pool
Foto: Hick Duarte / Red Bull Content Pool

Esta relação entre arte e cidade está presente desde o início de sua trajetória artística, marcada pelo desenvolvimento e prática de intervenções urbanas. Com o passar dos anos, Rodrigo Sassi trouxe para dentro do ateliê essa pesquisa, que se transformou em referência estética e conceitual. “Nasci aqui e São Paulo está em mim. O interessante da intervenção é que ela atinge as pessoas direto, sem intermédio de um crítico ou de um texto”, conta. “O público olha a obra com uma visão própria e pode refletir e atuar como quiser porque o trabalho não é mais teu, ele é da cidade.”

Além de madeira reutilizada, a escultura de 12 metros de comprimento por dois metros e meio de altura é composta por carretéis de cabo de energia, concreto, cabos de aço, metal e luzes num processo que durou quase três meses. “São materiais que foram coletados no meu entorno e que falam sobre a cidade, sobre algo que está em volta de todos”, diz.

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O artista Rodrigo Sassi. Foto: Hick Duarte / Red Bull Content Pool

O trabalho conta ainda com um sistema de iluminação, algo até então inédito em sua obra, que mostra as sombras emitidas como elementos complementares na composição, remetendo a uma edificação que é estruturada para posteriormente serem aplicados os sistemas prediais (elétrico, hidráulico e luminotécnico).

Quanto a técnica, ele conta que a instalação foi construída a partir da releitura do processo de criação fôrmas de concreto armado, transformando as chapas de madeira descartada. A finalização com o concreto dá o acabamento e legitima a funcionalidade do trabalho de marcenaria, que é abrigar, moldar e dar movimento à escultura.

A exposição tem entrada gratuita e está aberta a visitação de terça a sexta das 11h às 20h e aos sábados das 11h às 19h.