Arte

Red Bull Station em 2017 e a “confluência dos diferentes”

05dez

por Red Bull Station

Inspirar, conectar e transformar — esse é o mote que nos movimenta. E neste Brasil que corre intenso em 2017, acreditamos, mais do que nunca, que é na “confluência dos diferentes” que emerge a energia da cura coletiva.

A abertura dos trabalhos do Red Bull Station deste ano foi singular, um big-bang explosivo e expansivo, um catalisador de intenções. Num único dia de janeiro, Moisés Patrício, André Komatsu e o Ilú Obá de Min transformaram o prédio num coquetel molotov de energia criativa. Espírito crítico, consciência, diálogo, respeito e celebração: assim foi o abre alas, assim nos imaginamos e entendemos, assim pretendíamos que fosse o nosso 2017.

Em junho fomos atravessados pelo furacão Red Bull Music Academy Festival, que devassou a cidade. Shows, festas, palestras e a exposição celebração dos 30 anos dos Racionais MC’s, aliás, maior respeito! Agradecemos publicamente à família Racionais pela confiança, morou? Mykki Blanco, Grandmaster Raphael, Oneohtrix Point Never e mais duas dezenas de artistas em momentos cortantes, festivos, reflexivos e transformadores, bem como a gente gosta, satisfação!

A parceria com o Rock in Rio também nos marcou. Promovemos o encontro do Ney Matogrosso e Nação Zumbi, de BaianaSystem com a angolana Titica, da Liniker com Johnny Hooker e Almério, e do Boogarins com a Céu. Novos trilhos a desbravar nesta incipiente — mas promissora — parceria, aguardem!

No Red Bull Studio São Paulo, gravamos o primeiro álbum do Rimas e Melodias (coletivo de rap formado apenas por mulheres), o primeiro disco solo de Xênia França, e o aguardado terceiro disco da Anelis Assumpção, dentre uma porção de outros projetos que habitaram a house dos queridos Funai e Alejandra. Ah, não podemos deixar de mencionar a parceria com o Thiago França, artista múltiplo, que produziu três projetos no segundo semestre.

O Red Bull Basement Festival introduziu a Datacracia como pauta em palestra do Luli Radfahrer e promoveu uma experiência em VR 360o desenhada pelo Estúdio ARVORE. Por outro lado, na residência do programa, tivemos projetos como o do micro-aerogerador de energia renovável desenvolvido por Cristthian Arpino e Alisson Claudino e o Climobike, dispositivo de coleta de dados climáticos georreferenciados do Saulo Jacques, que nos impulsionaram no campo do empreendedorismo, inovação sustentável e tecnologias livres.

O Festival Red Bull Amaphiko, como sempre, nos trouxe a força e o poder que surge do coletivo, da empatia e da irreverência, e trouxe ninguém menos que a cantora, bailarina e compositora da Guiné, Fanta Konate para abrir sua programação de 2017. Além dela, também fizeram parte da celebração convidados especiais, como Lei Di Dai, com seu sistema de som, a rapper Luana Hansen e Raquel Virgínia e Assucena Assucena, do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira.

Já no fim do ano, as 13a e 14a turmas das Residência Artística ocuparam os ateliês do Red Bull Station e produziram uma exposição que literalmente tomou conta do prédio. A obra proposta por Camille Laurent e Stefanie Hz chacoalhou as estruturas da antiga estação com um “banho de frequências graves”. Corpo e matéria perpassados pela energia do ar em movimento.

Seria impossível mencionar neste breve espaço todos os projetos e parcerias que nos acompanharam este ano, e aos parceiros e colaboradores aqui não mencionados vai o nosso afeto e agradecimento. Um salve galáctico à toda a equipe do Red Bull Station: vocês são a diferença.

Mais uma volta ao redor do sol, que novas ondas nos contaminem. 2018, te esperamos.

— Fernando Velázquez – Curador e Diretor Artístico do Red Bull Station