Arte

Os Brasis em SP convida a revelar mestres de cultura na capital paulista

16mai

por Red Bull Station

Com a ideia de estimular o conhecimento do Brasil e do brasileiro, revelando mestres de cultura muitas vezes invisíveis no dia a dia da cidade, o festival Os Brasis em SP vai levar rodas de conversa, oficinas e uma exposição, entre junho e novembro deste ano, ao Red Bull Station.

Projetado pela rede de conteúdo Brasis (www.brasis.vc) e apoiado pela plataforma Red Bull Amaphiko, o festival começa com um ciclo de debates aberto ao público no dia 18 de junho, um sábado, segue até outubro com uma programação fechada de oficinas e termina em novembro com uma exposição que irá contar as histórias de quatro mestres de cultura brasileira que vivem em São Paulo, criada ao longo deste percurso.

Se você já participou de alguma ação em projetos sobre cultura brasileira, tem experiência em redação ou fotografia ou se tem algum trabalho em artes visuais, pode se inscrever por este link até 30 de maio para fazer parte do grupo que irá ajudar a revelar os mestres escolhidos pelo projeto. Nove pessoas serão selecionadas com base em avaliação de experiência e portifólio.

Para entender melhor a rede Brasis, o festival e a importância de debater arte e cultura brasileira em uma cidade como São Paulo, conversamos com a Mayra Fonseca, fundadora e principal responsável pelo projeto. Vem se inspirar para conhecer mais sobre “nossas outras histórias”:

Mayra, queria que você explicasse um pouquinho o que é o Brasis.
O Brasis é fruto de um caminho meu nessa história de pesquisa de culturas cotidianas do brasileiro de outra forma. Tentar entender que no nosso repertório de vida tem boas experiências pra gente criar qualquer coisa: palestras de arte, projetos de inovação, repensar a forma como a gente come. Inclusive eu acredito que boa parte desse Brasil que a gente não vê tem soluções pro Brasil que a gente vive. Acho que em toda estante de livros de design tinha que ter Câmara Cascudo. E isso é muito a minha trajetória de vida: eu sou comunicóloga e antropóloga, e eu nasci do lado do Vale do Jequitinhonha, sou neta de Apinajés.

O objetivo do Brasis é estimular o conhecimento de Brasil pra que a gente fale mais da gente, pra que a gente veja o que a gente tem: ferramentas, repertório, pessoas. O Brasis veio dessa vontade de trocar esse olhar sobre o brasileiro, porque eu acredito que aqui tem essa potência.

A gente precisa falar sobre diversidade, e com pessoas diversas. O Brasis é um projeto que eu iniciei, mas ele é hoje feito em rede, somos 13 pessoas com formações diferentes. A gente faz projetos de educação, conteúdo e dá oficinas.

E como veio a ideia do festival?
Quando a gente viaja, esse outro Brasil fica mais visível no próprio contexto regional. Se você vai ao Norte, você se relaciona com o carimbó de alguma forma, se vai a Pernambuco se relaciona com o maracatu. Mas em São Paulo parece que isso não se vê — o que é contraditório, porque é um lugar de encontro. A elite cultural artística não tem noção de que essas pessoas, esses mestres, existem aqui. Falar sobre os Brasis em SP é justamente pra colocar visíveis esses mestres. Esse projeto vem tentar romper essa fronteira do que é sabedoria e arte em São Paulo.

A gente tem um rei do congo que é porteiro em um prédio, por exemplo. Essas pessoas transitam pela cidade sem a gente saber que elas são fonte de conhecimento. A gente abre a rede para construir esses conteúdos, é um projeto no qual quem aprende é a gente.

O projeto é a contação das histórias como um projeto de arte, tendo o Raul Zito (fotógrafo, artista plástico e músico) e o Roni Hirsch (designer, cenógrafo e artista à frente do Estúdio do Morro, no Morro do Querosene) coordenando esta parte [Mayra é uma das mentoras, ao lado deles, no processo].

Como vai ser a programação aberta?
Dia 18 de junho pela tarde será aberto, teremos um ciclo de conversas com outras pessoas que têm projetos com mestres de culturas brasileiras e com mestres que vão falar do seu fazer. A ideia é convidar a cidade para ir ao Red Bull Station falar sobre outras nossas histórias.

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Saiba mais sobre o projeto e acompanhe nas redes sociais. Em breve, a programação aberta completa será divulgada.