Arte

O ecossistema cultural do coletivo CHRUA

26fev

por Red Bull Station

CHRUA é um projeto que nasceu nas artes visuais mediado por 3 artistas de partes diferentes do mundo, buscando expandir e sugerir outros usos para corpos, matérias e espaços tropicais. CHRUA é uma imaginação que atua e aciona diferentes materiais e espaços, uma imaginação que percorre, atravessa e inventa palavras, gestos e ações. CHRUA é sistema vivo. CHRUA é um dos coletivos que ocupa o Red Bull Station durante o mês de fevereiro.

“Hoje, o CHRUA se entende como uma plataforma intertropical, que pesquisa e vincula maneiras de ser ponte entre culturas e cultivos, buscando expandir as linguagens artísticas”, explica Camila Vaz, membro do grupo. “Percorremos distintas linguagens, tais como performance, produção de zines, artes gráficas e vídeos e assim pensamos em um ecossistema cultural, capaz de autorregulação criativa.”

Durante suas pesquisas, o CHRUA encontrou na feira livre um ambiente propício para seu desenvolvimento. “Entendemos a feira livre como um lugar onde diferentes trajetórias sociais se cruzam, onde uma vez por semana as dinâmicas sociais se alteram em um sentido cíclico de abertura e fechamento“, explica Camila. “O espaço normalmente destinado aos carros se transforma em local de colocar a palavra em ação, os gestos em movimento, os sentidos à prova: cheiros, sons, sabores e cores entre corpos.”

O Coletivo se baseia em três pilares principais: brincadeira, armadura e proteção. “Nos apropriamos de alguns conceitos do sistema para inventar ou sugerir outros usos, buscando ser conscientes e responsáveis, reflexivos e brincantes”, conta Camila. “Para tempos de ameaça.”

Foi com esse objetivo que o CHRUA começou a coletar os cocos que sobravam de uma barraca de feira que vendia água da fruta e passou a imaginar todas as potencialidades do material, capazes de se propagar e de se autorregularem. “Passamos a fazer churrascos na rua com a carne de coco”, lembra Camila. “Também colhemos suas fibras e delas nasceu a habitação corporal Niã.”

Membros do CHRUA vestem o Niã, habitação corporal criada pelo coletivo. Crédito: divulgação.
Membros do CHRUA vestem o Niã, habitação corporal criada pelo coletivo. Crédito: divulgação.

As pesquisas do coletivo continuam durante a Ocupação do Red Bull Station. “Aproveitamos o espaço para produzir novos zines”, diz Camila. “Além disso, a conexão com outros coletivos com princípios similares aos nossos contribuiu para alargamento do espírito CHRUA.” No dia 28 de fevereiro, o coletivo abre seu ateliê no Red Bull Station e convida o público a participar do Hospital de Brincadeiras e do Banco Intermundial de Gestos, Movimentos e Danças, que consiste na troca de gestos por zines.