Veja os selecionados para as novas turmas da Residência Artística

Statement do Júri
O júri apostou em dar vazão a pesquisas com pouca visibilidade ou repercussão nos diversos circuitos que compõem a paisagem da arte contemporânea na cidade.
Ancorados em combinações pouco ortodoxas, procuramos com essa seleção contribuir para a expansão e o diálogo entre os diferentes campos da criação.

#risco #ruído #incerteza #mistura # expansão

Os artistas selecionados são:

13ª (1 de agosto a 2 de setembro)
Aline Motta
Coletivo – Ariana Miliorini/ Gustavo Paim/ Raquel Krugel
Coletivo Lugar 3 – Camille Laurent/ Stefanie Egedy
Flora Leite
Henrique Detomi
Raoni Shaira

14ª (26 de setembro a 28 de outubro)
Carolina Marostica
Denise Alves-Rodrigues
Katia Fiera
Rafael Bqueer
Rafa Munarriz
Renato Atuati

Suplentes
1ª Laura Andreato
2º Gabriel Junqueira
3ª Vânia Medeiros
4º Felipe Caprestano

A artista Raoni Shaira, por motivos de agenda pessoal, não poderá participar da residência, ficando assim convocada a primeira suplente, Laura Andreato.

São Paulo, 21 de julho de 2017.

Bruno Palazzo, Fernando Velázquez e Raphael Escobar

Conheça o Instituto Rugby para Todos, tema do doc “Os Leões de Paraisópolis”

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Por Patrícia Colombo

Nesta quarta-feira (12), o Red Bull Station recebe a exibição em duas sessões do documentário “Os Leões de Paraisópolis”, dirigido por Danilo Mantovani e Guga Ferri. O projeto audiovisual conta a história do Instituto Rugby para Todos, que ajudou e segue ajudando diversos jovens carentes a encontrarem, no esporte, o estímulo para a superação das adversidades do cotidiano.

Criado em 2004 por Fabricio Kobashi e Mauricio Draghi, o projeto já atuou na formação de mais de 5 mil crianças e adolescentes em São Paulo e no Rio de Janeiro. O início se deu na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. “Eu e o Maurício éramos vizinhos de bairro, no Morumbi, e jogávamos juntos no Pasteur A.C, clube de rugby da primeira divisão de São Paulo”, conta Fabricio. “Depois de dois anos morando na Austrália, aquele contraste entre pobreza e riqueza da região foi algo que passou a me incomodar bastante.”

Em uma conversa quase que despretensiosa sobre a realidade urbana, a dupla acabou pensando em produzir algo voltado para a inclusão a partir do esporte. Foi quando decidiram de vez entrar em Paraisópolis. “Procuramos o campo do Palmeirinha e as escolas locais para divulgar as aulas de rugby”, relembra. “Na primeira aula, já tínhamos quase 100 alunos, e muitos pais e mães curiosos para saber o que era esse esporte diferente que estava chegando lá. Desde então, nunca mais paramos, contando sempre com o apoio de voluntários e parceiros que acreditaram no projeto.”

Hoje em dia, só em Paraisópolis, o projeto atende mais de 200 alunos no local, com idades entre 6 e 18 anos — o time feminino de Leoas inclui garotas entre 14 e 18 anos. Em 2013, nasceu a Escolinha Social Rugby Rio, com aulas duas vezes por semana em alguns pólos da cidade — localizados, atualmente, nas praias de Copacabana e Flamengo, atendendo, ao todo, 150 crianças. Leia abaixo a conversa com o cofundador do Instituto Rugby para Todos.

Como surgiu a parceria para a elaboração do documentário?
Em 2012, quando o Gustavo Ferri nos procurou contando do seu sonho de fazer um filme sobre rugby e sobre os Leões, como uma forma de retribuir ao esporte. O Guga foi o cara que me convidou para jogar rugby. Na época eu tinha 14 anos e a gente estudava no mesmo colégio. Ele já jogava desde os nove por influência do seu irmão, o Felipe Ferri, que jogou junto com o Maurício na seleção brasileira. Quando fiz os primeiros treinos em 1996 e conheci aquele esporte de contato intenso, me identifiquei muito e mergulhei de cabeça principalmente por seus valores de união e camaradagem. Ele parou de jogar na transição para o adulto, e eu joguei até os 34 anos. Agora estou voltando a jogar com os Leões e está sendo divertido. Quando ele nos contou de sua ideia, topamos na hora e começamos a captar imagens. O projeto aguardava financiamento para poder ser finalizado, e isso aconteceu em 2016, quando a Spanda Produtora viabilizou o filme em co produção com a ESPN. A partir disso passamos a focar em alguns personagens e eventos importantes que aconteceriam. Após o final das filmagens, ficamos naquela expectativa das primeiras edições e quando vimos as imagens ficamos emocionados e com a certeza que o filme ficaria lindo.

No Instituto, o time de voluntários inclui psicólogos, educadores, atletas… Como chegaram a esse formato de equipe?
Atualmente, temos profissionais contratados nas áreas de Educação Física, Rugby, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia e Assistência Social. Desde o início, eu e o Maurício percebemos a importância de unir forças e conhecimentos diferentes, que é exatamente como funciona um time de Rugby — vários biotipos e habilidades, envolvendo personalidades diversas e condição física e técnica, mas todos com o mesmo objetivo e se comunicando constantemente para chegar, sempre que possível, nas melhores soluções. Ou seja, nosso intuito é o de permanecer em união para resolver os problemas e orientar os alunos da melhor maneira. Isto tem funcionado constantemente no Instituto, que tem uma metodologia que está em constante desenvolvimento, sempre acompanhando as demandas.

Quais as dificuldades de manter na ativa um projeto grande como esse?
A maior dificuldade é sempre a financeira, de ter que correr atrás do budget para o próximo ano até os 47 do segundo tempo, para manter e melhorar a qualidade do atendimento no ano seguinte. Mas, mesmo neste cenário de crise, com os parceiros fiéis que temos, foi possível manter o projeto rodando com atendimento padrão, que envolve desde do uniforme e alimentação até profissionais da área esportiva, educacional e de saúde. Outro gasto grande que tem surgido cada vez mais é com a participação de campeonatos e torneios, fruto do amadurecimento das turmas em times juvenis e adultos, masculinos e femininos, que disputam as principais competições nacionais. Outra dificuldade é manter uma equipe de ponta. Os profissionais que trabalham no Instituto tem um perfil bastante específico, que são raros no mercado. Então, valorizamos muito nossa equipe de colaboradores, que fazem os resultados acontecerem dentro e fora de campo. Todo o esforço e envolvimento tem sido recompensador, na medida que  temos tido resultados mais do que positivos com os alunos sempre respondendo à altura, mostrando desenvolvimento pessoal e social a cada dia, e evoluindo como atletas de Rugby.

Qual o acompanhamento que vocês têm com relação aos atletas que saem do programa?
Atualmente, estamos com times adultos feminino e masculino. Isto tem sido uma nova fase, em que estes atletas têm a oportunidade de jogar no clube que os formou, e no bairro onde moram. Ainda mantemos parceria que temos de longa data com o Pasteur Athlétique Club nas categorias M15, M17, M19 e adulto masculino, com a intenção de ter times independentes gradualmente, para, em um médio prazo, estar disputando as principais divisões do Rugby Paulista e Nacional. Já as Leoas adultas estão jogando todas com a camisa amarela e preta, com resultados surpreendentes para o primeiro ano que disputam pra valer nesta categoria. Logo no início deste ano jogaram o qualificatório para o circuito nacional e terminaram em segunda colocação, conseguindo a vaga. Agora já estão indo pra terceira etapa do circuito, com resultados bastante expressivos. Mas a principal função do Instituto com os alunos mais velhos é justamente promover e estimular a autonomia dos mesmos, em um trabalho voltado para a identificação de habilidades e afinidades, além do foco na gestão da rotina para que possam fazer esta transição para a vida adulta e planejar sua entrada no mercado de trabalho e no mundo acadêmico, além de continuar praticando esportes e jogando rugby.

Vocês lidam com trajetórias de vida complexas que encontraram no esporte uma saída…
A maioria de nossos alunos tem histórias de superação. Vivem em uma comunidade pobre, onde ter poucas oportunidades e ser atraído pra outras não tão benéficas é normal. Só o fato de estarem praticando rugby e vestirem esta camisa com tanto amor já é uma grande superação. No próprio filme temos a Gabrielle, que teve um filho com 17 anos e, após um período conturbado, conseguiu voltar a jogar e hoje faz parte novamente do time das Leoas. Temos várias outras histórias. Algumas são retratadas no filme e quem ver vai ficar orgulhoso de quem são os Leões, e os valores que carregam e difundem dentro e fora de Paraisópolis.

Quais os pontos positivos para elas, no sentido de empoderamento?
As meninas sempre estiveram presentes nas turmas do Instituto Rugby Para Todos desde o início. Em 2011, uma das primeiras voluntárias do Instituto em 2004, Marcia Muller, voltou a dar aulas no projeto, cuidando das turmas das meninas, o que vêm fazendo até hoje com muita entrega. Discutindo com a Marcia e a equipe educacional, identificamos que era importante ter um programa específico voltado para as alunas, tanto esportivo quando educacional, focado em saúde e empoderamento feminino. Começou assim o que chamamos aqui de Programa da Mulher, que tem um planejamento específico, principalmente a partir dos 14 anos, quando são separadas dos meninos nas turmas de rugby. Com este programa foi possível identificar de forma mais clara as demandas de gênero, principalmente em relação à saúde e direitos. Isto é totalmente feito de forma integrada com os valores e a própria prática do rugby, mas com atividades transversais que possibilitaram abordar temas variados que fazem parte deste universo. Os resultados mostram muitos pontos positivos: as meninas são ultra organizadas dentro e fora de campo. E elas jogam em um nível altíssimo, enfrentando de igual para igual todos os times do Brasil. E se mobilizam fora de campo para que a participação do time das Leoas seja possível cuidando dos uniformes, fazendo rifas, trufas e bolos para vender e arrecadar verba pra inscrição e transporte. E isto mostra como vale a pena dar a elas esta oportunidade, em um cenário onde a mulher é sempre desvalorizada no esporte.

Qual o seu maior aprendizado de vida nessa experiência?
O maior aprendizado é que sozinho não fazemos nada. Muitas vezes podemos tomar decisões que depois descobrimos que não eram as melhores, ou não termos os recursos como gostaríamos. Mas se estivermos juntos para resolver os problemas e buscar chegar onde queremos, focados na mesma missão, tudo é possível. Ao iniciarmos o projeto em 2004, logo percebemos que as pessoas, de um modo geral, têm a vontade de fazer algo pelo outro, algo que deixe um legado para o mundo onde vivem. A base do Instituto Rugby Para Todos sempre foi a do voluntariado. Mesmo hoje, que temos profissionais contratados, todos, sem exceção, se voluntariam para fazer sempre mais, pensar sempre além, para que os alunos consigam os resultados possível. E isso é o que aprendemos no rugby. Nos doarmos por algo em que acreditamos. Neste sentido, gostaria de registrar meu agradecimento infinito a todos os meus treinadores e parceiros de time, que me ensinaram, através de palavras e de atitudes, os valores do rugby e que com trabalho duro e união se consegue resultados incríveis.

Red Bull Amaphiko Academy: o que rolou durante 10 dias

De 23 de junho a 2 de julho, o Red Bull Station foi ocupado por projetos e empreendedores sociais inspiradores, que fazem parte da nova edição do Red Bull Amaphiko Academy. Palestras com nomes referência na área, bate-papo com mentores, atividades para movimentar o corpo e muitos momentos de interação fizeram parte dessa imersão que apenas começou.

Durante os próximos 18 meses, eles serão instigados a refletirem e agirem sobre o próximo passo para seus projetos. Veja abaixo na galeria de fotos como foi o começo dessa jornada, que foi finalizada com o Red Bull Amaphiko Festival, no domingo (2).

 

Rico Lins: o acaso, a reflexão e o conceito no design e na ilustração

Rico Lins

Por Patrícia Colombo

Designer, ilustrador, diretor de arte, Rico Lins é uma das figuras mais celebradas no campo da produção visual no Brasil. E nesta semana ele estará aqui no Red Bull Station para comandar uma oficina de colagens com duração de dois dias para 15 inscritos, bem como realizar uma palestra sobre processos criativos nesta quinta (6), cujas inscrições estão encerradas.

Formado pela ESDI, Rio, em 1979 e com Master pelo Royal College of Art de Londres, Rico é membro da AGI (Alliance Graphique Internationale) e detentor de um currículo extenso com atuação nacional e internacional, apresentando um trabalho que, grosso modo, mistura elementos do DNA brasileiro e influências  de vanguardas como o Surrealismo e o Dadaísmo.

No workshop, Rico vai propor aos participantes a utilização de uma notícia da imprensa como ponto de partida para traçar um ou mais comentários pessoais sobre o fato, valendo-se de referências visuais extraídas também de elementos do cotidiano, como bilhetes de metrô, embalagens, bulas, panfletos etc.

Na discussão sobre digital e analógico dentro do campo artístico, Rico enxerga no trabalho híbrido a melhor saída para a criação, e acredita que o segredo para a produção artística autoral de qualidade está em “encontrar o equilíbrio entre o acaso, a reflexão e o conceito”. Conversamos com ele sobre a atividade de realizará por aqui e acerca da sua visão com relação à profissão, o futuro do design e o campo das ideias.

Os participantes da oficina trarão materiais do cotidiano. Como pensou na atividade e quais os objetivos criativos dela?
Eu acho que a gente vive atualmente em uma situação da facilidade de acesso à quantidade de imagens graças à internet. O que é legal desde que você tenha uma ideia clara do que quer fazer, se já possui um trabalho de edição e uma capacidade de busca refinados — caso contrário qualquer coisa que encontre acaba valendo, o que empobrece a produção. Quando temos trabalhos gráficos de base analógica, o exercício de reflexão é outro. Acho interessante incorporarmos esse lado mais expressivo, saindo da imaterialidade da internet ao fazer um comentário sobre fatos do cotidiano. Agregar elementos físicos, desde o bilhete do metro à chave de casa. Essas coisas que temos e guardamos podem ser usadas criativamente, além dos materiais tradicionais como papel, tinta cola etc. É um convite para um olhar mais pessoal. Essa geração tem uma ligação muito forte com o computador, e fazem esse trabalho super bem. Mas a ideia é exatamente tirar da zona de conforto para encontrar soluções criativas por outro caminho.

Trata-se de um processo bastante orgânico e artesanal. Acredita que esta é ainda a melhor forma de criar? Como o mundo digital mudou o olhar da produção?
Mudou olhar, mudou o tempo de observação e a busca, mas, sobretudo, houve um aumento da possibilidade de você admitir surpresas e erros no processo — coisa que acaba sendo barrada no mundo concreto, em certo aspecto, porque o processo inclui um planejamento criativo. Se por um lado pode ser positivo, por outro acho que você pode colocar o artista contraditorialmente em uma posição menos espontânea. Por exemplo, uma ideia que venha do Pinterest que a pessoa se apropria e adapta nos moldes dela mesma, sem o envolvimento criativo que representa a melhor parte do trabalho. Foca-se muito no resultado, por isso faz falta esse tipo de abordagem mais experimental. Na arte, quanto mais caótico o ambiente maior a possibilidade de criação? Não sei se existe uma relação direta assim. Mas acredito que se você se encontra em uma situação limite, passa a existir uma necessidade mais intensa de se expressar. Acredito no encontro de alternativas criativas para isso, que servirão como ferramentas fundamentais.

Qual a função social do design para você?
Primeiro, trata-se de uma atividade que é próxima da arte, mas de uma maneira aplicada. Acho que temos no Brasil a necessidade de um design de utilidade pública, que muitas vezes e relegado a segundo plano. As pessoas estudam nos cursos como fazer uma embalagem para uma marca de celular, por exemplo, mas dificilmente trabalharão conceitos para criar uma campanha social qualquer. Então, acho que é interessante trazer isso um pouco à tona. Esse exercício tem um pé no design e um pé na ilustração. Mas acho que a responsabilidade social e crítica é fundamental. O design atua no âmbito da cultura e, por isso, também está ligado à todas as circunstâncias históricas, políticas, etc. Faz parte da sociedade. É importante ter esse termômetro na hora de produzir, em termos de conteúdo e forma.

Certa vez você salientou a importância de “ver o que não existe para criar o próprio caminho na profissão”. Essa sempre foi sua postura? Como é a aplicação disso na prática?
Acho que não existe um manual, mas acredito em encontrar o equilíbrio entre o acaso, a reflexão e o conceito. Você pode ressignificar as coisas que encontra pelo caminho. De repente, por exemplo, um rótulo de um produto pode ser perfeito para que você produza um cartaz a partir dele. Cabe ao olhar pessoal descobrir coisas no cotidiano que já tenham uma carga de informação, e, a partir dela, garantir esse deslocamento. É perceber o que o acaso trouxe para poder extrair algo criativo disso.

Como enxerga o cenário futuro do design?
Acho que houve uma expansão muito grande. O futuro certamente tem uma presença digital intensa e bem-vinda, mas acho que deve ser com um olhar crítico no sentido, inclusive, de subverter a lógica dos softwares. Conseguir trabalhar com essas ferramentas de maneira criativa, caso contrário teremos trabalhos iguais sempre. E, para isso, ter conhecimento do processo analógico ajuda bastante. Estamos vivendo no mundo todo uma retomada de uma condição um pouco mais modrrnista, da Escolar do Suíça, por exemplo, sessentista, uma coisa clean e objetiva. E também, por outro lado, vemos a expansão grande de técnicas alternativas de impressão, de fanzines. O digital permite que vc tenha mais flexibilidade nisso. Você não precisa imprimir um livro ou um cartaz com uma tiragem muito grande, que costuma inviabilizando o trabalho. Dá para fazer com uma tecnologia que propicia a produção mais barata.

Vemos hoje os exemplos das feiras Plana e Tijuana…
Não tinha isso antigamente, cresceu muito. Deve-se à proliferação de impressões alternativas, com equipamentos que permitem isso, como a risografia, laser, coisas que já existem dentro do ambiente digital. A risografia tem um pé no digital e um pé no analógico. Esse ambiente híbrido é muito instigante para a criação. Nessas feiras você vê uma quantidade de produções que têm qualidade estética, gráfica, visual. Existe uma possibilidade de encontrar tribos que você não encontraria em um outro ambiente.

Considera isso uma espécie de popularização do design?
Não sei se popularização, mas democratização com certeza. Existe mais acessos não só com relação aos meios de produção, como também ao que é produzido.