O Red Bull Studios é um projeto internacional presente em 12 cidades do mundo. Em São Paulo, o Red Bull Studios se coloca como um espaço de experimentação e produção musical para artistas. Com altíssimo padrão técnico, o estúdio é reservado para talentos excepcionais de estilos diversos, independente de sua abrangência ou tempo de carreira.
No coração de São Paulo, entre as avenidas 9 de Julho e 23 de Maio, encontra-se um espaço que inspira, conecta e transforma pessoas, abastecendo a cidade com energia criativa. Este é o Red Bull Station: cinco andares onde se misturam diferentes expressões, com foco em projetos que envolvem música, arte multimídia e "urban thinking".
Depois do 2º Festival Red Bull Basement, que reuniu em um sábado diversas palestras e apresentações discutindo tecnologia e cidades no Red Bull Station, em outubro é a vez do FAZ – Festival de Cultura Maker tomar conta de todo o prédio por três dias.
Apresentação de projeto durante o Festival Red Bull Basement deste ano | Foto: Marcelo Paixão
O movimento maker tem como base a ideia de que todo mundo — seja profissional ou não — pode construir, consertar e modificar os mais diversos tipos de objetos e projetos usando as tecnologias disponíveis e o conhecimento compartilhado.
Com oficinas, debates e mostras de projetos, tudo organizado por temas que acolherão de iniciantes a especialistas, o FAZ é inspirado pela crescente comunidade de criadores brasileira e pela Maker Faire, maior evento desse universo. A ideia é construir um legado relevante para o Brasil, coroando uma série de encontros sobre o assunto realizados no Red Bull Station no 1º trimestre, muitos dentro do programa Red Bull Basement.
Mão na massa no Festival Red Bull Basement | Foto: Fábio Piva
Haverá ainda outras atividades definidas por meio de um chamado aberto, que acontecerá de 5 a 16 de setembro — informaremos como participar por aqui. A programação completa será divulgada no início de outubro.
PROGRAME-SE:
FAZ – Festival de Cultura Maker | De 14 a 16 de outubro no Red Bull Station
Teve discussão sobre mobilidade, papel dos fablabs na educação, tecnologias abertas e cidades democráticas. Teve interatividade na instalação do Dimitre Lima e imersão na Sala Bolha. Teve acarajé fritinho na nossa laje, ao lado de hambúrgueres na chapa, quitutes árabes e veganos. Teve oficina cheia de interessados em arduíno, Café Reparo reunindo uma fila imensa de gente querendo abrir e consertar seus badulaques, além de apresentações de projetos dos participantes da residência hacker.
Foi bem agitado o 2º Festival Red Bull Basement e, pra quem não conseguiu ir ou pra quem já quer relembrá-lo, a gente preparou a seleção abaixo.
1. No térreo do prédio, o visitante era recebido por esse circuito de luzinhas criado por Dimitre Lima.
2. O artista também ocupou a Galeria Principal do prédio com “Code_/Mode On”, uma obra audiovisual interativa: ao acionar os tablets disponíveis ali, o público podia interferir nas projeções.
3. Logo pela manhã, a palestra de abertura atraiu um monte de gente para o auditório. O holandês Frank Kresin, diretor do instituto Waag Society, conversou sobre educação, mobilidade e trabalho sob uma perspectiva das mudanças que a cultura do compartilhamento pode trazer. Em breve teremos a íntegra da conversa com ele por aqui.
Foto: Fabio Piva / Red Bull Content Pool
4. Entre uma palestra e outra, valia a pena dar um pulinho na Sala Bolha, espaço imersivo que ocupou um dos ateliês do prédio e que é projeto de um dos atuais residentes do Red Bull Basement, Ricardo Coelho. Muita ventania do lado de fora, calmaria do lado de dentro.
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
5. Outro destaque da manhã foi o papo sobre economia circular: “O design tem potencial para repensar todo o consumo de um produto”, ressaltou Pedro Themoteo, da MatériaBrasil, ao falar sobre a importância do olhar voltado para o serviço na confecção de um objeto.
Foto: Fabio Piva / Red Bull Content Pool
6. Na laje, teve muita comidinha deliciosa: acarajé, hambúrguer, hommus de beterraba, moqueca vegana…
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
7. No térreo, além da instalação do Dimitre, rolou o Café Reparo — projeto que discute consumo e obsolescência programada por meio do conserto de objetos eletrônicos –, causando uma grande fila de gente que trouxe seus badulaques para serem abertos. “O público foi bem heterogêneo. Consertamos desde fornos elétricos a celulares, difícil falar qual foi o mais interessante”, diz Pedro Belasco, criador do projeto.
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
8. Pela tarde, tivemos mais conversa interessante: Carolina Cordeiro (Garagem FabLab), Heloísa Neves (WeFab), Paulo Henrique Silva (Curta Circuitos) e Wesley Schwab (Telefônica) falaram sobre prototipagem.
Fabio Piva / Red Bull Content Pool
9. Outro papo que rolou foi sobre mobilidade: “O que a gente precisa entender é a transição da posse para o acesso. Nossas cidades são planejadas pros carros e não pras pessoas”, colocou o designer de produto Mateus Silveira.
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
10. Enquanto tudo isso acontecia, no makerspace do prédio tivemos oficinas cheias de gente interessada em saber pra que serve e como funciona a placa arduíno.
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
11. Já na Galeria Transitória, os participantes da residência hacker do Red Bull Basement – que acontece até outubro – explicaram seus projetos.
Foto: Marcelo Paixão / Red Bull Content PoolFoto: Marcelo Paixão / Red Bull Content Pool
12. Pra finalizar, o último encontro no auditório – que reuniu Heloísa Neves, o chileno Tomás Vivanco e Ricardo Ruiz (UFPE) – discutiu o conceito de cidades abertas, gerando bons questionamentos para pensar sobre tudo o que foi falado no dia. O quanto os cidadãos estão se apropriando da tecnologia? O quanto essas tecnologias permitem, de fato, uma cidade mais democrática?
No próximo sábado (20), além da programação de palestras, oficinas e mostras abordando tecnologia e cidades, o 2º Festival Red Bull Basement contará com chefs preparando pratos especiais das 12h ao fim do evento (as portas fecham às 20h — para quem já estiver no local, o festival corre até as 23h), na laje do Red Bull Station.
Hamburguer da chef Tati Szeles. Foto: Felipe Gabriel
A curadoria é de Tati Szeles, que comanda A Cafeteria da casa — o local servirá, ao longo do dia, algumas comidinhas e também estará na laje preparando hamburgueres.
Veja abaixo quem participa do evento e o cardápio completo da data:
_PARA COMER
Byana
Acarajé, caruru, vatapá e vinagrete R$ 13
Acarajé, caruru, vatapá, vinagrete e camarão R$ 15
Acarajé, caruru, vatapá, vinagrete e camarão no prato R$ 17
Porção de acarajé (6 unidades) caruru, vatapá, vinagrete e camarão R$ 18
Banana Verde
Moqueca de palmito pupunha com biomassa, arroz cateto com vermelho e farofa de banana da terra R$ 22
Brigadeiro de biomassa R$ 5
Das Arábias Pastas
Coalhada Seca R$ 15
Tabule R$ 15
Homus Tradicional R$ 15
Homus de Beterraba R$ 15 (porção de 150 grs acompanhada de pães sírios)
Quentes
Arroz Marroquino R$ 15
Charuto de Folhas de Uva R$ 15
Doces sírios variados
Pequenos R$ 3 | Grandes R$ 6
A Cafeteria Na Laje:
Hambúrguer de fraldinha, queijo cheddar, cebola crocante, catchup de cachaça e rúcula R$ 20
No café (aberto desde as 10h):
Coxinha de mandioquinha, carne seca e catupiry R$ 8
Coxinha de batata doce, espinafre e queijo de cabra R$ 8
Empanadas R$ 8
Pão de queijo R$ 5
Iogurte com mel e frutas R$ 10
Brigadeiro R$ 4
_PARA BEBER
Na Laje e no Café:
Coquetéis Red Bull Station (R$ 17):
Moscow Bull (vodka, xarope de gengibre, limão, angostura, Red Bull Energy Drink)
Cranberry Spritz (aperol, laranja, Red Bull Cranberry)
Basement (limão, capim santo, Jameson, gengibre e Red Bull Lime)
Silverino (gim, hortelã, Red Bull Lime)
+Não-alcóolicos (R$ 10)
Basement Twist (xarope de gengibre, limão, angostura, Red Bull Energy Drink)
Uva Twist (uvas niágara, limão, manjericão, Red Bull Cranberry)
Havaiano Twist (chá de hibisco, limão, Red Bull Blueberry)
Soft drinks:
Red Bull R$ 5
Água com ou sem gás R$ 5
Refrigerante R$ 5
Cervejas:
Miller R$ 9
Oak Bier R$ 16
Capitu (310ml) R$ 16 | Amber Ale ou Tilted Barn
E se, em vez de criar novos objetos, a gente retrabalhasse o que já existe? Com a ideia do remix e da luta contra a obsolescência programada nasceu o Café Reparo, projeto que se inspira na ideia dos Repair Cafés da Europa e que estará na programação do Festival Red Bull Basement, neste sábado (20), pelo segundo ano.
Foto: Fábio Piva / Red Bull Content Pool
Foi lendo um artigo de 2013 da revista “Wired” que o cientista social Pedro Belasco teve a motivação para unir conceitos que, de certa forma, já faziam parte de um outro projeto seu, o Ônibus Hacker, e que estavam no centro de sua própria formação, que cruza política, tecnologia e artes.
“Um articulista discutia a questão dos makerspaces e fazia uma provocação intelectual, ele falava: ‘olha, a gente já tem muita coisa feita, a gente não precisa despender energia pra criar mais badulaque para gerenciar, mesmo que sejam badulaques legais. A gente precisa é formar, capacitar e interiorizar a ideia de que podemos remixar as coisas, retrabalhar o que já tem feito, porque isso é mais inteligente, converge com o conceito de reúso na computação’. E isso bateu em mim. Já tinha Repair Cafe na Europa, o que eu fiz foi convidar uns amigos e falei: ‘vamos tropicalizar a ideia’, conta Belasco.
Junto a um grupo, ele colocou a iniciativa no papel e enviou para a prefeitura de São Paulo, sendo aprovado no edital Redes e Ruas de 2015, realizando durante o ano passado diversas ações parecidas com o que vai ocorrer neste sábado durante o festival — conheça mais nos vídeos ao longo desta matéria, gravados pelo projeto.
Mas como funciona o Café Reparo? Para além de consertar objetos quebrados, nos eventos do coletivo a ideia é despertar a curiosidade sobre como esses produtos são construídos, fomentar a discussão sobre como consumimos as coisas e, também, ser uma ação divertida.
“A gente convida as pessoas a trazerem objetos quebrados, mas é muito delicado pra não configurar a ideia de que você leva uma coisa e ela vai ser consertada de graça. Não é isso. A ideia é que você traga algo pra gente poder iniciar uma dinâmica de convivência e educacional na qual, ao abrir o aparelho, você desperte um sentimento de satisfazer sua curiosidade. Criar um processo de reflexão a respeito dos processos de design e, com isso, poder chegar em temas que eu julgo relevantes, ou coisas que acho interessantes e não são óbvias, que é a gente pensar em cadeia de consumo. Você vai consumir tudo passivamente? Pra que eu tenho que trocar dinheiro por acesso a esses equipamentos? Quanto custa um equipamento que não dura mais que um ciclo? E a pessoa que consertava ele, o que aconteceu com ela?”, coloca Belasco.
Interessado também nas histórias dos reparadores e na transformação desses ofícios, o cientista social acredita que ver os monitores do Café Reparo trabalhando é legal para “entender um pouco essa coisa do cara que conserta a televisão. Aquilo é uma formação técnica, é um tipo de ocupação urbana que já está em extinção”, aponta.
Foi esse interesse inclusive que guiou o projeto que Belasco desenvolveu também no ano passado durante residência no Red Bull Basement, na qual coletou histórias da região da Santa Ifigênia, conhecida pelo comércio de eletrônicos no centro de São Paulo [leia aqui o texto].
“Eu estava com o Café Reparo fervilhando na cabeça e o desafio foi pensar em tecnologia que impacte na cidade. Achei muito apropriado que, ao falar de tecnologia e de cidade, a gente fosse fazer uma investigação mais profunda no bairro da Santa Ifigênia, tentar compreender o que tem de beleza na gambiarra que a gente vê na rua”, explica.
Foto: Yves Tadeu / Projeto “Um passeio pela Meca da Gambiarra paulistana”
É reunindo então um pouco disso tudo — o questionamento político, a curiosidade sobre como as coisas funcionam e a observação sobre os ofícios, sem perder a natureza lúdica — que o Café Reparo vai estar em ação entre as 10h30 e as 18h no térreo do prédio do Red Bull Station.
“É fundamental ressaltar que é sim um exercício de pensamento e de reflexão política esse encontro, além de ter esse aspecto recreativo: é muito legal, dá pra ir todo mundo, da criança ao velhinho. O projeto tem também esse caráter festivo, de confraternização. Como você transforma essa vivência de consertar coisas em algo agradável, e como a gente consegue não perder a dimensão política, a dimensão grande das coisas”, resume Belasco.
Foto: Fábio Piva / Red Bull Content Pool
Para quem quiser saber mais sobre o Café Reparo, que no momento está em processo de ter um espaço físico de atuação e de se expandir para outros Estados, vale acompanhar a página do projeto: facebook.com/cafe.reparo
O Sófálá é um evento que existe desde o início de 2015 no Red Bull Station e, neste ano, vem alternando batalhas de poesias e de MCs. Ao fim de 2016, os slammers vencedores terão sua poesia publicada em uma coletânea.