O Red Bull Studios é um projeto internacional presente em 12 cidades do mundo. Em São Paulo, o Red Bull Studios se coloca como um espaço de experimentação e produção musical para artistas. Com altíssimo padrão técnico, o estúdio é reservado para talentos excepcionais de estilos diversos, independente de sua abrangência ou tempo de carreira.
No coração de São Paulo, entre as avenidas 9 de Julho e 23 de Maio, encontra-se um espaço que inspira, conecta e transforma pessoas, abastecendo a cidade com energia criativa. Este é o Red Bull Station: cinco andares onde se misturam diferentes expressões, com foco em projetos que envolvem música, arte multimídia e "urban thinking".
“Eu queria cuidar da carreira do Racionais desde 2002, mas só fui convidada agora, em 2012”, conta a advogada Eliane Dias, referindo-se a seu início como empresária do grupo que viu surgir — ela é casada há muitos anos com Mano Brown — e se tornar o maior fenômeno do rap brasileiro.
Após assumir as demandas do grupo com sua produtora Boogie Naipe, Eliane passou a administrar convites da imprensa, estreitar a relação com fãs e colocar o Racionais mais presente nas redes.
“A gente precisa mostrar a nossa cara. Não adianta só falarmos para nós mesmos”, diz ela.
Eliane fala um pouquinho sobre tudo isso no vídeo abaixo, gravado durante o Pulsø 2015.
De 4 a 30 de abril, 31 músicos e produtores de diversas partes do país participam da segunda edição do Pulsø, uma ocupação musical com foco na cena independente nacional.
Além de impulsionar este cenário identificando suas oportunidades e desafios, o evento abre as suas portas ao público com uma intensa programação de palestras e dois dias de showspara celebrar a música.
Da cultura maker à discussão sobre gênero na música, passando pelos desafios do uso da tecnologia para fazer o trabalho de artistas independentes circular, a ocupação traz uma série de conversas abertas. Ao longo do programa, haverá palestras como a de KL Jay, do grupo Racionais MC`s, e a do produtor Arthur Joly com o empresário Michel Nath, que falarão sobre o espírito “faça-você-mesmo” e a abertura da fábrica Vinil Brasil, na Barra Funda.
Quer saber o que está acontecendo na cena musical de Porto Alegre? A DJ e radialista Juliana Baldi, que integra o time de curadores do Pulsø 2016(veja aqui os artistas escolhidos por ela), indicou para gente um roteiro com loja de discos, casa de show, festas e playlists reunindo artistas bastante ativos na cena local no momento.
Segue o itinerário da Juli pela cidade:
Para comprar discos: Groovaholic
“Localizada no bairro Rio Branco, além de ser uma loja de discos é também um café e um bar. A curadoria dos discos novos e usados é focada em música negra como soul, funk, afrobeat e rock. A casa também tem uma programação de eventos que incluem oficina de DJs para mulheres e festas com discotecagem em vinil”, detalha Juliana.
Para ver shows: Obra
“Recém inaugurada e localizada no antigo Anexo B, a Obra vai abrigar festas de música eletrônica dançante e ser palco para shows nacionais e internacionais. A inauguração rolou com Karol Conká e em maio o local recebe os suecos do Truckfighters” conta a radialista.
Vorlat – “Coletivo que vem transformando a festa em um movimento artístico, repleto de performances, projeções e instalações de arte. Os eventos acontecem em lugares descentralizados e além dos ótimos DJs residentes, recebem nomes nacionais como Carrot Green (RJ) e R Vincenzo (SP)”, explica Juli. Saiba mais: www.facebook.com/vorlat
Foto: Reprodução facebook.com/ritualvoodoo
Voodoo – “Umas das festas mais tradicionais da cidade. Focada em música negra, recebe DJs nacionais e internacionais de soul, funk e afrobeat. A festa também faz edições dentro das estações de trem e já trouxe a Porto Alegre Mad Professor, Cinara, KL Jay, Bixiga 70, Kurtis Blow, entre outros”, diz a curadora do Pulsø. Mais: www.facebook.com/ritualvoodoo
Arruaça – “Coletivo formado por DJs, artistas e agitadores culturais que organizam festas em espaços públicos em Porto Alegre. Contam com o apoio dos frequentadores para alugar o sound system e fazer a festa acontecer”. Saiba mais: www.facebook.com/coletivoarruaca
PLAYLISTS
Para ouvir bandas: “Nessa playlist tem o afrobeat do Trabalhos Espaciais Manuais, jazz da Marmota, vaporwave tropical do Supervão, space rock da Wannabe Jalva, pop Dingo Bells e Apanhador Só e o punk-dub dos Walverdes”, conta Juli.
Pra escutar DJs: “Recentemente, o curador do festival KinoBeat, Gabriel Cevallos lançou a coletânea KBEATS – Música Eletrônica Meridional, um compilado de produtores do Rio Grande do Sul. Por ela, dá pra ter uma bela noção do que rola na cena eletrônica da cidade”, garante a radialista.
O paraense Félix Robatto é músico, produtor e pesquisador das conexões da música amazônica com a latina. Esse interesse gerou, além de trabalhos em bandas como La Pupuña e Felix y Los Carozos, a festa Quintarrada, que há dois anos vem retomando na noite de Belém o entusiasmo pela música local e despertando a curiosidade por sonoridades caribenhas.
Um dos curadores desta edição do Pulsø(veja aqui os músicos escolhidos por ele), Félix vai bater um papo no dia 14 de abril no Red Bull Station sobre a cena paraense atual.
Antecipando o que vai rolar no encontro, ele preparou uma playlist reunindo um pouco do que toca na noite paraense: do calipso dos dominicanos do Midnight Groovers ao carimbó tradicional de Mestre Verequete, passando por Gaby Amarantos (de quem Félix foi produtor e guitarrista).
Ele explica a seleção:
Aí tem uma grande mistura. A gente vê uma música do Caribe com uma influência africana muito grande, com uma pegada também da disco dos anos 70 (eles usavam praticamente o mesmo instrumental). Isso entrou em Belém não se sabe exatamente como, pode ser pelas pessoas que chegavam por barco, tem também aquela história das rádios que influenciavam.
Coloquei algumas coisas antigas. Essas coisas do Caribe como o Midnighters Groove, uma banda que toca muito em Belém. Mestre Vieira que começou a gravar essas coisas na guitarra e então criou a guitarrada, que na época chamavam de lambada.
E o carimbó que, querendo ou não, também foi influenciado por esses ritmos latinos. Coloquei um Verequete, que é bem de raiz, e o Pinduca, que já pegou uma outra fase que mistura mais com os instrumentos elétricos.
Coloquei também Pio Lobato — que é uma síntese dessa modernidade, flertando com tecnobrega, rock progressivo, guitarrada, lambada — e o Marinho, que é um brega, uma música baile, guitarrada brega. Cada guitarrada tem uma pegada.
Sente a ligação irresistível da Amazônia com o Caribe:
1- Chama Verequete (Mestre Verequete)
2- Embarca Morena (Pinduca)
3- Reencontré (Ry Co Jazz)
4- Pegando Corda (Vieira)
5- Angela (Midnight Groovers)
6- São Domingos do Surf (La Pupuña)
7- Merengue Latino (Gaby Amarantos)
8- Oti Yo (Midnight Groovers)
9- Baiuca´s Bar (Paulo André Barata)
10- Fura Criatura (Pio Lobato)
11- Melô do Apaixonado (Marinho)
12- Jamais Voir Ça (Exile One)
13- Eu Só Quero Você (Lia Sophia)
14- Goudjoua (Experience 7)
15- El Maiz (Freddy Gerardo)
O Pulsø está de volta! A ocupação de música independente que fez barulho ano passado retorna agora ao Red Bull Station para uma segunda edição.
De 4 a 30 de abril, 30 músicos e produtores de diversas regiões do país vão trocar suas cenas locais pelo centro de São Paulo com o objetivo de dividir experiências, produzir som e em conjunto pensar caminhos para a cena independente nacional.
Integrantes do Pulso 2015
Além disso, abrimos as portas ao público com uma programação gratuita de palestras, shows e encontros que envolvem este universo.
Divididos em coletivos, os participantes foram escolhidos por seis curadores convidados: Chico Dub, Felix Robatto, Filipe Cartaxo, Juliana Baldi, Kamau e Macloys Aquino.
Do Rio Grande do Sul ao Pará, do hip-hop ao carimbó, conheça alguns dos mais atuantes e criativos nomes da música independente brasileira atual:
COLETIVO DO CHICO DUB
Abdala – soundcloud.com/abdalab
Baseado em Goiânia, Bruno Abdala distribui gravações caseiras pelo mundo virtual por meio do selo Propósito Records e organiza eventos voltados para a música não convencional. Além de tocar seu projeto solo, contribui com vários artistas da cena independente nacional.
Daniel Nunes – soundcloud.com/projetolise
Criador do selo independente mineiro “La Petite Chambre”, dedicado à música experimental, e idealizador do festival de música livre independente “Pequenas Sessões”. É membro da banda Constantina e do projeto Lise e compõe trilhas para cinema, teatro e internet.
Haley Guimarães – soundcloud.com/arthuriii
Conhecido pela atuação no grupo paraibano Burro Morto e por outras participações em projetos da cena local, o músico lançou recentemente o trabalho solo Arthur III, no qual se aventura pela primeira vez no mundo eletrônico, com influências da música africana, dub, funk e hip-hop.
Paula Rebellato – acavernus.bandcamp.com
Se apresenta sob o nome Acavernus, projeto intuitivo de música experimental que explora vídeo e poesia. É também integrante dos grupos Mauna Kea, Hierofante, Cortina e Rakta.
Thingamajicks – soundcloud.com/thingamajicks
Projeto de música eletrônica do paulista Vinicius Duarte. Com um pé no techno e outro na ambient music, o produtor garantiu uma vaga na Red Bull Music Academy ano passado, em Paris.
Thingamajicks
COLETIVO DO FELIX ROBATTO
Adriano Sousa
Baterista de Belém do Pará, iniciou sua carreira em 1993 e colabora com diversos grupos locais. Integrou a banda da cantora Gaby Amarantos, participando da gravação de seu primeiro disco solo “Treme”, indicado ao Grammy Latino. Atualmente atua na banda de Félix Robatto.
Douglas Dias – soundcloud.com/cablocomuderno
Percussionista atuante na cena paraense, começou sua carreira em grupos de carimbó de raiz e já gravou com artistas como Dona Onete e Gaby Amarantos. É instrutor de percussão e membro do projeto Cabloco Muderno, onde ministra oficinas para jovens e crianças.
Keila Gentil – gangdoeletro.com.br
Cantora do grupo de tecnobrega Gang do Eletro, que alcançou bastante sucesso no Brasil e exterior, além de dançarina e atriz. Recentemente estreou projeto solo que mistura gêneros eletrônicos como tecnobrega, funk, kuduro, hip-hop, cumbia, deep, house e trap.
Will Love – gangdoeletro.com.br
Do interior do Pará, Will Love já tinha uma carreira musical antes de entrar para a Gang do Eletro. Como produtor musical, produziu curtas e web séries, assim como shows e conexões musicais com produtores de outros países.
COLETIVO DO FILIPE CARTAXO
Livia Nery – facebook.com/lilivianery
Cantora e compositora baiana. Desde 2014 realiza a performance Vulcanidades, resultado de uma investigação sonora de cerca de quatro anos. Livia é membro do Projeto Retrate, de Lia Lordelo, que relê canções do disco Índia (Gal Costa) e faz parte da banda solo de Ronei Jorge.
Mahal Pita – soundcloud.com/mahal_pita
Produtor musical e diretor criativo de Salvador. Explora a transformação das culturas urbanas da Bahia, conectando-as com possibilidades tecnológicas e estímulos contemporâneos. Desde 2013 colabora com a BaianaSystem. Integrante do duo A.MA.SSA.
Junix 11 – soundcloud.com/junix
Multi-instrumentista e produtor musical atuante em vários âmbitos da música. Desenvolve projetos no qual explora timbragens, texturas, manipulação de eletrônicos e conceitos sonoros conectados à imagem.
João Meirelles – soundcloud.com/joaomiletmeirelles
Músico e fotógrafo com gosto maior pela composição, João se dedica à pesquisa do som com uma atenção especial para as texturas e timbres. Desde 2011 colabora com o BaianaSystem. Vindo de uma família de artistas do teatro e com extensa experiência na cena, seu trabalho na fotografia, composição, produção e direção musical se conecta e cria um corpo próprio.
COLETIVO DA JULIANA BALDI
Erick Endres – soundcloud.com/erickendres97
Guitarrista nato, Erick vem de uma família de músicos. Aos 16 anos produziu seu primeiro álbum e agora, aos 18, se prepara para lançar um novo material.
Gutcha Ramil – soundcloud.com/gutcha-ramil-magalh-es
Multi-instrumentista e entusiasta da cultura africana. Violinista, cantora e percussionista, acompanha os músicos Thiago e Ian Ramil, além de tocar no grupo Três Marias.
Gutcha Ramil
Pedro Dom –facebook.com/orquestralivre
Multi-instrumentista, compositor e produtor. É pianista da banda de jazz-rap O.C.L.A (Orquestra Celestial do Livre Arbítrio) e lançou em 2015 um álbum solo que mistura beats, jazz e música brasileira.
Rafael Chaves – soundcloud.com/ccccchaves
DJ, compositor e multi-Instrumentista. Foi baixista da banda gaúcha Groove James e atualmente se dedica aos beats eletrônicos, tendo lançado EPs pelos selos NAS e Heartbeat Revolution.
Tiago Abrahão – facebook.com/wannabejalva
Guitarrista da banda Wannabe Jalva e tem o estúdio como seu habitat natural. Participou da turma de 2014 do Mix With Masters, em Paris (França), fortalecendo suas habilidades em mixagem e masterização.
Zudizilla – facebook.com/zudizilla
MC, produtor e artista plástico. Natural de Pelotas, lançou a mixtape “Luz” em 2013, e o seu primeiro álbum de estúdio, “Faça a Coisa Certa” em 2015.
COLETIVO DO KAMAU
Daniel Raillow – facebook.com/PrimeiraMente
MC do grupo de rap paulista PrimeiraMente, que vem fazendo shows pelo Brasil com seus dois discos lançados: “Basta Acordar” e “A Um Passo do Precipício”.
DJ Nyack – djnyack.com
DJ do rapper Emicida e fundador da Discopédia, festa dedicada ao vinil, Nyack é um dos DJs em maior atividade atualmente em São Paulo. Mantém também o podcast “Frequência Modulada” e distribui seu conhecimento musical por meio de suas famosas mixtapes.
DJ Nyack
Jota Ghetto – soundcloud.com/jotaghetto
MC e cantor, Jota Ghetto tem mais de 20 anos de carreira e já colaborou com diversos grupos de rap. Sua música “Divã da Luz Vermelha”, lançada de maneira independente em 2013, fez barulho em festas e fones.
Jhow Produz – soundcloud.com/johnataschaves
Produtor e Multiinstrumentista de Guarulhos (São Paulo), Jhow já trabalhou com nomes como Kamau, Rashid, Nave, Laudz e Dario entre outros. Atualmente é baterista da banda de Rashid.
Mestre Xim – soundcloud.com/mestrexim
Beatmaker fluminense e fundador do selo MUB Records, carrega na bagagem parcerias com artistas como Haikaiss, Enide, Faíska, Zé Viagem , Manifesto Coletivo, dentre outros.
COLETIVO DO MACLOYS AQUINO
Braz Torres – facebook.com/hellbendersbr
Músico e produtor goiano, começou sua carreira aos 15 anos com a banda Hellbenders, na qual atua até hoje como guitarrista e vocalista. Paralelamente fundou seu primeiro estúdio, onde produziu discos de artistas da cidade como Carne Doce e Caffeine Lullabies.
Bruna Mendez – facebook.com/brunamendezgo
Como num liquidificador, em que tudo é misturado, o que Bruna faz é brincar com diversos sons, que são combinados e liberados através da sua voz. De Goiânia, a cantora lançou o EP “Pra Ela” em 2014 e se prepara para lançar seu disco de estreia, produzido por Adriano Cintra.
João Victor – soundcloud.com/carne-doce
Guitarrista e produtor musical, é membro e produtor da banda goiana Carne Doce. Também Integra e produz a banda Luziluzia, formada com dois músicos do Boogarins, outro grupo de destaque da cena independente local.
Lê Almeida – soundcloud.com/le_almeida
Guitarrista, Lê grava seus discos de modo caseiro e os distribui por meio do selo Transfusão Noise Records, que fundou no início de 2004. O carioca acumula sete registros solo e se divide em pseudônimos e projetos paralelos, seja nos vocais, na guitarra ou na bateria.
Lê Almeida
Renato Cunha
Engenheiro de som e músico, trabalha com as bandas Boogarins, Carne Doce e Hellbenders. Em 2015, inaugurou o Complexo Estúdio em Goiânia, que funciona como estúdio, produtora e também casa de show. Foi guitarrista das bandas Goldfish Memories e Black Drawing Chalks.
Vitor Brauer – vitorbrauer.bandcamp.com
Músico, compositor, produtor e escritor, é vocalista e guitarrista da banda mineira Lupe de Lupe, também tem sua carreira solo e se envolve com outros projetos artísticos como o coletivo Geração Perdida.
Ano passado o Pulsøreuniu durante um mês cerca de 30 artistas e produtores da música independente nacional. Uma das ideias do projeto era possibilitar a integração e a troca e experiência entre um monte de gente que faz essa cena acontecer, porém, cada um dentro do seu universo musical.
Como era de se esperar, dessa ocupação sonora e criativa nasceram inúmeras colaborações, novos sons e pesquisas, muita experimentação e parcerias que rolam até hoje. Agora, em ritmo de aquecimento para o o Pulsø 2016, lançamos uma compilação com as faixas gravadas no Red Bull Studios São Paulo ao longo da primeira edição do projeto.
Do dancehall jamaicano de Lei Di Dai, passando pelas rimas do Ogi e pelo experimentalismo de Kiko Dinucci,Juçara Marçal e Thomas Harres, ouça abaixo alguns sons que ecoaram pelos corredores e ateliês do Red Bull Station ano passado:
Neste encontro, reunimos MC Bárbara Sweet, feminista e atuante no movimento hip-hop; Djamila Ribeiro, colunista do site da revista Carta Capital e Talita Trizoli, professora e pesquisadora, com ênfase em feminismo, questões de gênero e arte e política, para discorrer sobre as diferentes formas do discurso feminino, em espaços físicos ou virtuais.