Chico Cornejo fala sobre o PULSO

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A ocupação PULSO reúne durante um mês mais de 30 produtores, músicos e agitadores culturais. Sob a batuta de seis curadores, eles estão se reunindo para criar parcerias, participar de workshops e palestras, além de aproveitarem o Red Bull Studios e a programação de encontros durante os fins de semana.

Para conhecermos mais sobre o PULSO, conversamos com um de seus curadores, o DJ e sociólogo paulistano Chico Cornejo. No seu grupo estão Claudia Assef, Mauricio Fleury, Rodrigo Coelho, Carol Schutzer, Abud, Lourene Nicola, Neguim Beats, Monique Dardenne e Pedro Zopelar. Além de Chico, André Maleronka (editor da revista Vice), Dago Donato (DJ, jornalista e empresário), Fabrício Nobre (produtor responsável pelo festival Bananada), Karen Cunha (diretora de eventos da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo) e Kiko Dinucci (músico) completam o time de curadores. Confira nosso papo a seguir, que rolou n’A Cafeteria, no Red Bull Station.

No que você pensou quando formou seu grupo e de que maneira você quer contribuir?

Foi meio de supetão. Eu gosto de colocar um pouco de loucura no método. Quando vi quem estava participando do projeto como um todo, vi que o foco era na música propriamente tocada. Conheço muita gente deste meio, mas meu rolê é da música eletrônica. Então pensei, ‘o que eu posso contribuir aqui que não seja redundante com o que pessoal já está fazendo?’. Pensei no conceito de ‘Artist Development’, que antigamente era muito em voga e hoje em dia nem tanto. O cara que cuida do artista, cria identidade, imagem, imprensa, PR, essas coisas. Como se fosse um selo funcionando durante um mês. Essa é a contribuição que pretendo dar aqui. Tentei também dar um gás na presença feminina.

De que maneira um evento como esse pode contribuir pra cena independente?

Espero que possa trazer o público mais pra perto de todas essas questões. Aliás, acho que a gente ganha muito com essa nossa cultura do making of, do reality show. Enquanto programas como esse são honestos em como mostram todo sangue, suor e lágrimas que vai num processo desses, as pessoas se beneficiam muito. Tem muita gente que acha que é legal, mas não é só isso. É aquela velha história: se as pessoas soubessem como é feita salsicha, ninguém comeria. A música é dolorosa, você colocar ali sua arte e suas emocões, é dificil, requer coragem. Tem muita gente que não deveria estar nesse mercado, mas está. Enquanto você acha que pode mudar algo para melhor, tanto pra você, quanto para os outros, vale a pena. Acho divertida também a oportunidade de dar a chance aos participantes de estarem juntos, essa coisa mágica. A alquimia que acontece é muito legal. Eu não imaginava que ia ser assim.

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Acho que essa é a parte mais legal. E me fala de você um pouco, como você saiu da sociologia e foi parar na música.

A música sempre fez parte da minha vida. Meu pai sempre foi muito ligado à musica, foi por osmose, sempre fui apaixonado. Meu pai é pernambucano e minha mãe é chilena. Como filho único, você cultiva muito a sua vida interior, acaba tendo uma solidãozinha. Eu preenchi a minha com livros e música. E me fez muito bem. Eu vivia aqui no centro, na galeria, buscando disco. Quando cursava sociologia já tinha isso, eu tinha uma necessidade de me diferenciar das pessoas. Sempre achei esse negócio de turminha e tribo meio caricato. Eu andava de skate, ouvia música eletrônica, ia no baile de hip-hop, na festa punk, curtia ska, na sociologia a MPB dominava. Então sempre foi muito natural.

E como vc foi parar na música eletrônica?

Eu sempre convivi muito com DJs. Quando comecei a ouvir música eletrônica, não existia nada mais foda, pra mim só existia aquilo. Estava mil anos luz à frente. Acho que houve um resfriamento agora.

Porque você acha que isso aconteceu?

Gosto muito da tese do Simon Reynolds, a Retromania. A gente tá cada vez mais fixado no passado, a recorrência à referências antigas virou um dispositivo muito fundamental na producão cultural. A arte pós-moderna é baseada em referências à coisas antigas. O modernismo era o momento em que a gente achava que o futuro ia chegar. Mas o futuro é agora e a gente parou de sonhar. Estamos em 2015 e cadê meu carro voador?

Por Camila Alam

Aventuras do Artista Contemporâneo #25 por Rafa Campos

Crítica de arte agora é A artista Contemporânea! sim! e relegou nosso ex-protagonista a algum recanto obscuro de seu cérebro! mas algumas questões ainda carecem resposta, tais como a) que raio de tenda é essa que eles estão? b) quem colocou os dois lá? c) como você dorme tão profundamente a ponto de não acordar quando é abduzida e banhada? essas respostas serão respondidas aos poucos, começando agora.

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Veja os outros quadrinhos desta aventura:
12, 3, 4

Ou comece do começo:
1º arco das Aventuras do Artista Contemporâneo
2º arco das Aventuras do Artista Contemporâneo

Agenda off Pulso

Até o dia 18 de julho, mais de 30 músicos e produtores estarão reunidos no Red Bull Station para participar da ocupação PULSO. Além da programação oficial do evento, que conta com palestras, workshops e eventos, os artistas também participarão de shows e festas por São Paulo e Rio de Janeiro. Pensando nisso, fizemos uma listinha com o melhor da uma programação OFF PULSO. Confira abaixo!

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Viní na Festa A$$ @ Blitz House, São Paulo

09/jul

O Terno @ In-Edit-Brasil, São Paulo

Cesrv e Sants no Wobble @ Fosfobox, Rio de Janeiro

Amanda Mussi na Festa Festa @ Trackers, São Paulo

10/jul

O Terno @ Sesc Bom Retiro, São Paulo

Amanda Mussi na Dusk @ D.EDGE

11/jul

Guerrinha show do Crusader de Deus @ Neu Club, São Paulo

Sants @ Hypnose Beats, Salvador

16/jul

Sants @ Groovelicious, São Paulo

Jessie Evans @ CCSP, São Paulo

A primeira semana do Pulso em gifs

Desde segunda-feira (22), está rolando a ocupação PULSO – um encontro de mais de 30 músicos, produtores e agitadores culturais que busca fomentar discussões em torno do mercado de música independente. Além disso, o projeto coloca no mesmo balaio um monte de artistas legais e as parcerias (algumas até inusitadas) já estão começando a rolar. Mostramos aqui um pouco como foram estes primeiros dias do #Pulso2015:

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O povo chegou bem animado. Saca o clima do ateliê do Maleronka com Dago, André Paste, Raissa Fumagalli, Ogi, Abud e Nave.

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E foi rolando um entrosamento legal: Guerrinha, Sants, André Paste, Lucas de Paiva….e visita do Don L.

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No segundo dia teve um bate-papo com os seis curadores: Dago Donato, Fabricio Nobre, Chico Cornejo, André Maleronka, Kiko Dinucci e Karen Cunha.

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Teve até gente que aproveitou a oportunidade para entregar CD, apesar da contra-indicação deles.

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Aí geral se apaixonou por isso: o sintetizador modular construído por Arthur Joly.

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E o próprio colou para dar um workshop de como operar a máquina.

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Rolou gente de fora dando uma palhinha: Marcelo Vogelaar do Holger com Ogi e Nave.

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Parcerias inéditas como Don L e Kiko Dinucci.

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E a Lei Di Dai chegando para incendiar.

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Ok. tivemos também uns momentos mais introspectivos.

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E o André Paste feliz pagando de curador.

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Mas, resumindo mesmo, rolou muito som.  (Jussara Marçal e Thomas Hares).

Aventuras do Artista Contemporâneo #23 por Rafa Campos

O artista contemporâneo morreu, muito por conta da crítica de arte, que o usou como bólide de guerra. Eo fantasma do pobre descobriu seu corpo estendido no chão e quis se vingar. Na hora do contato corpo físico feminino/corpo sutil masculino, eles se fundiram. E o tonto do artista foi parar dentro da crítica boazuda. Mas não do jeito legal, se é que vocês me entendem…

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Veja os outros quadrinhos desta aventura:
1 e 2

Ou comece do começo:
1º arco das Aventuras do Artista Contemporâneo
2º arco das Aventuras do Artista Contemporâneo

Ocupação Pulso – programação

O coração de São Paulo vai bater mais forte de 22 de junho a 18 de julho. Durante quatro semanas, o Red Bull Station terá seu prédio na região central da cidade ocupado pelo Pulso. Trata-se de um encontro para identificar as oportunidades e desafios da música independente no Brasil hoje, com uma programação de shows, palestras e workshops voltada para os artistas e fãs que a mantêm.

Cerca de 30 músicos e produtores de São Paulo e de outras regiões do Brasil trabalharão em conjunto para criar novos sons e pesquisas. Com diferentes trajetórias e estilos musicais, eles estarão divididos em grupos para ocupar os seis ateliês do edifício e gravar no Red Bull Studio, também no local.

O objetivo é partir dos mais variados gêneros –do hip hop ao eletrônico, do indie à MPB– em busca de um horizonte novo para a música independente. Entre os participantes estão nomes como o rapper Don L, Tim Bernardes (O Terno), Juçara Marçal (Metá Metá) e Maurício Fleury (Bixiga 70).

Todos os artistas foram selecionados por seis curadores convidados: André Maleronka (editor da revista Vice), Chico Cornejo (DJ e sociólogo), Dago Donato (DJ, jornalista e empresário), Fabrício Nobre (produtor responsável pelo festival Bananada), Karen Cunha (diretora de eventos da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo) e Kiko Dinucci (músico).

“É uma oportunidade de ter no mesmo espaço e ao mesmo tempo um monte de gente que trabalha para fazer a cena de música no Brasil ter sustentabilidade”, diz Fabricio Nobre. “Essas pessoas estando próximas umas das outras podem transformar mais rápido as coisas.”

Da gestão de uma carreira sustentável à comunicação multi-plataforma, passando pelos desafios de circular pelo Brasil e pelo mundo, o Pulso traz uma série de conversas abertas e workshops. Ao longo do programa, haverá palestras como a de Eliane Dias, empresária dos Racionais MC`s, e a do advogado Leo Wojdyslawski, que falará sobre plágio e direitos autorais.

O Pulso inclui ainda shows gratuitos todas as semanas.

Programação:

26/jun // 19h-00h
Showcase #1 – Coletivo Chico Cornejo

27/jun // 17h-00h
Shocase #2 DJ set Amanda Mussi + convidados

30/jun // 20h
Palestra: “Comunicação integrada e construção de imagem“, com Mariana Bergel

1/jul // 20h
Palestra: “Merchandising e distribuição”, com Mozine e Hearts Bleed Blue

3/jul // 19h-00h
Showcase #3  – Coletivo André Maleronka

4/jul // 17h-00h
Showcase  #4 – Coletivo Dago Donato

7/jul // 20h
Palestra: “O negócio por trás do Racionais MC`s”, por Eliane Dias

8/jul // 20h
Palestra: “Estratégia Digital”, com Márcio Cruz (ONErpm)

10/jul // 19h-00h
Showcase #5 –

11/jul // 17h-00h
Showcase #6 –

15/jul // 20h
Palestra: “Plágio, o uso de samplers e direitos autorais”, por Dr. Leo Wojdyslawski

17/jul //19h
Encerramento no Red Bull Station

18/jul 
Encerramento em local surpresa

10ª Residência Artística | vídeo

Nosso programa de Residência Artística chega ao fim de sua 10ª edição. De fevereiro a junho, os artistas Cezar Sperinde, Ícaro Lira, Lot Amorós, Pedro Cappeletti, Sara Não tem Nome e Vanessa de Michelis ocuparam os ateliês do Red Bull Station e desenvolveram suas pesquisas individuais, trocaram experiências entre si e tiveram o apoio curatorial de Fernando Velázquez. Studio visits, encontros com curadores, palestras, workshops e atividades como o Ateliê Aberto e a exposição na Galeria Transitória acompanharam o período de residência.

A exposição coletiva que encerra o projeto segue até 13 de junho de 2015, com visitação gratuita. Partes do processo também foram compartilhados pelos artistas no Blog da Residência.

A 10ª turma foi selecionada por meio de edital pelo curador Fernando Velazquez, pela curadora e artista Giselle Beiguelman e pela arte educadora e artista Sandra Cinto. Entre os critérios adotados pelo júri estão a capacidade do grupo de relacionamento com a arquitetura do prédio, com o entorno e, sobretudo, com a possibilidade de articular processos criativos colaborativos.