Interessados em trabalhar com algo que tivesse mais impacto social, os engenheiros Diogo Tolezano e Pedro Godoy se uniram na criação do Pluvi.On, um dos projetos que integra a 2ª edição da residência do Red Bull Basement.

Em tempos de grave crise hídrica no Estado de São Paulo, eles começaram a pesquisar as lacunas dentro do tema da água. Entre outras coisas, descobriram que não havia tratamento preventivo para enchentes, especialmente em áreas urbanas. “É sempre um tratamento pós-fato. Não existia um sistema de alerta”, conta Diogo. Eles resolveram, então, criar um pluviômetro especial.

O QUE É O PROJETO?
Chamado Pluvi.On, trata-se de uma pequena estação meteorológica, barata e de código aberto, que dá informações sobre o clima em tempo real para a população, produzindo e cruzando dados que deveriam estar ao alcance fácil de todos. Instalada em cada canto da cidade, ela consegue medir a intensidade da chuva e antever a probabilidade de uma enchente no seu entorno.

A dupla conta que a primeira barreira quando iniciaram a pesquisa foi encontrar os dados das grandes estações pluviométricas. “Eles existem, por força de lei, mas não é uma informação de fácil acesso. E, principalmente, não tem essa informação no momento em que ela está acontecendo. Foi aí que a gente resolveu criar uma estação meteorológica de baixo custo, open source, porque é um negócio que não deveria ser controlado, fechado”, opina Pedro.

E como isso funciona, na prática? Além de um pluviômetro facilmente reproduzível, o projeto consiste em uma comunicação via Telegram que informa as condições climáticas em tempo real e uma plataforma para acompanhar o histórico dos monitoramentos.

Durante os dois meses de residência, eles aprimoraram a ideia. “A gente teve três focos: melhorar o hardware, construir a plataforma de integração de dados — além dos dados que vamos produzir, cruzar esses dados que não são de tão fácil acesso por meio de um robozinho — e criar a interface e documentação para usuários, tanto pro público em geral quanto para desenvolvedores, que vão poder pegar essa informação e criar soluções”, detalha Diogo.

“Conseguimos diminuir o tamanho do hardware, baixar o preço — ficou R$ 130, antes ele custava uns R$ 200 (e um pluviômetro normal, sem conexão com a internet, você compra por R$ 600), e colocar todos os sensores numa placa. Ainda não vamos entregar essa placa no fim da residência, porque ela precisa ser melhorada, então vamos construir uma coisa mais simples pra entregar… E até vimos uma beleza nisso, porque ficou mais ‘faça você mesmo’, tudo o que tem nela você acha no Mercado Livre. Outra coisa que a gente resolveu aqui é a questão de energia, a gente montou um esquema que a bateria do pluviômetro vai durar mais de um ano. E pós-residência o desenvolvimento continua”, conta Pedro.
Para acompanhar o desenvolvimento do projeto, vale a pena acessar a página do Pluvi.On e assistir à apresentação dele na próxima terça (4), no encerramento do projeto.

(Por Adriana Terra)