O Red Bull Flying Bach é uma performance de dança moderna da peça “Cravo Bem Temperado”, de Johann Sebastian Bach, criado pelo grupo alemão Flying Steps. O espetáculo une música clássica com hip-hop, b-boying com balé, a fim de romper barreiras de classe e expectativas culturais. Depois de passar por mais de 35 países e encantar mais de 500 mil espectadores, o espetáculo finalmente chegou ao Brasil e teve sua estreia no festival Música em Trancoso, no dia 5 de março.
Depois da apresentação na Bahia, Benny e Lil’ Rock, considerados dois grandes dançarinos mundiais do breakdance, vieram para São Paulo ministrar duas oficinas de danças urbanas no Red Bull Station na segunda-feira (12). O primeiro workshop, apresentado por Lil Rock, foi direcionado para ensinar os movimentos de House, em seguida, Benny, ensinou alguns passos de breakdance.

Depois de participar do workshop, aproveitamos para conversar com os dançarinos para saber como foi a experiência de se apresentar pela primeira vez no Brasil.
E aí! Como foi a apresentação no Trancoso Music Festival?
Benny: Foi lindo! Nós amamos o Brasil. É muito legal ver que as pessoas aqui amam o que nós fazemos, acho que foi a plateia que mais vibrou durante o show no mundo inteiro. E não é só o público que é caloroso… o clima também! Hahaha. Estava muito calor lá na Bahia, ainda mais pra nós que viemos da Alemanha.
Lil’ Rock: Essa foi minha primeira vez no Brasil e eu adorei! A apresentação foi incrível.
O Red Bull Flying Bach une elementos clássicos e modernos. Como isso influencia os workshops?
Benny: Os workshops são mais focados em dança urbana, ensinamos alguns passos de breakdance para iniciantes e deixamos a parte clássica mais para o espetáculo mesmo.
Lil’ Rock: Para esta oficina nós focamos em dois tipos de dança urbana: o House e a Breakdance.
E vocês conhecem alguma dança brasileira?
Benny: Sim, claro! Samba. É uma dança linda. Eu adoro ver os brasileiros dançando, é um movimento muito único, é algo natural que se move junto da música. Quando estivemos em Trancoso, dançamos com algumas meninas de lá, e nossa, elas realmente levam jeito!
Lil’ Rock: Capoeira! Já tentei alguns passos quando eu era mais novo, foi divertido! Vocês já estiveram em mais de 35 países apresentando o show.
O que a dança tem que a que torna tão poderosa, mesmo para culturas tão diferentes uma da outra?
Benny: A música e a dança unem as pessoas. É algo muito especial. Nós aprendemos com a música, aprendemos como Bach compunha as suas canções e transformamos isso em movimentos. E nós queremos mostrar pro mundo essa cultura, tanto do hip-hop como da música clássica. Nós nos esforçamos muito para criar este espetáculo, treinando todos os dias por horas até chegar onde chegamos.
Lil’ Rock: É um espetáculo que une gerações. De um lado nós temos a geração mais nova, que vem através do hip-hop, e do outro temos a geração mais velha, que vem através da música clássica. É muito legal misturar estes dois elementos.
Falando nisso, qual é a maior diferença que vocês sentem em relação à dança brasileira comparando com o resto do mundo?
Benny: Os brasileiros tem um jeito muito único e muito sexy de se mover que. Como eu te disse anteriormente, nós encontramos essas meninas em Trancoso que nos ensinaram alguns passos de dança, elas me inspiraram muito, a sua expressão e a sua confiança… é amor puro. Muitas vezes as pessoas pensam muito na parte técnica na hora de dançar, mas eu acho que os brasileiros dançam com o coração.